Com aumento em serviços como manicure e costura, inflação de serviços preocupa BC. Mercado de trabalho aquecido e alta demanda impactam juros.
A inflação de serviços no Brasil, marcada por aumentos significativos em áreas como manicure e serviços de costura, vem preocupando o Banco Central (BC) diante do aquecimento do mercado de trabalho e do aumento da renda dos consumidores.
Com a economia se recuperando e a demanda por serviços em alta, empresários como Paula Rocha e Claudio Florio, ambos atuando no bairro de Perdizes em São Paulo, foram forçados a reajustar os preços de seus serviços para cobrir os custos crescentes, como aluguel, insumos e mão de obra. Esse cenário resultou em uma inflação de serviços de 5,62% nos últimos 12 meses até janeiro de 2024, superando a inflação geral.
O BC, atento a essas tendências, tem sido cauteloso em seus cortes de juros, reconhecendo o desafio que o setor de serviços representa para a política monetária, principalmente em um contexto de mercado de trabalho robusto e renda em alta.
Aumento nos Preços de Serviços Desafia Redução de Juros pelo Banco Central
A economia brasileira enfrenta um novo desafio com a inflação de serviços avançando a passos largos, evidenciando a complexidade do cenário econômico para o Banco Central (BC). No último ano, serviços essenciais como manicure e costura registraram aumentos consideráveis, impulsionados por um mercado de trabalho aquecido e uma maior disposição dos consumidores em aceitar reajustes.
Paula Rocha, microempresária no setor de beleza, e Claudio Florio, proprietário de um atelier de costura, ambos localizados em Perdizes, São Paulo, são exemplos claros dessa tendência. Eles precisaram ajustar seus preços para compensar o aumento dos custos operacionais, incluindo aluguel, insumos e tributos. Esses reajustes refletem um cenário onde a demanda por serviços permanece alta, especialmente em períodos festivos como o Carnaval, o que sustenta os aumentos de preços mesmo frente a possíveis resistências dos consumidores.
Nos últimos 12 meses até janeiro de 2024, a inflação de serviços no Brasil subiu 5,62%, superando o índice geral de inflação, que fechou em 4,51%. Esse aumento é atribuído não apenas aos serviços tradicionais, mas também a outros como passagens aéreas e hospedagem, que tiveram elevações expressivas devido à retomada das atividades pós-pandemia.
A persistência da inflação de serviços tem levado o Banco Central a adotar uma postura cautelosa em relação à política de juros, limitando-se a cortes modestos na taxa Selic. A preocupação é que a robustez do mercado de trabalho, com a taxa de desemprego no seu menor nível desde 2014 e um aumento substancial na renda, continue a alimentar a inflação de serviços, complicando o cenário para desacelerações futuras.
Economistas apontam que a rigidez dos preços em alguns segmentos de serviços, impulsionada por fatores como indexações e o comportamento da inflação passada, representa um desafio adicional para o controle da inflação. Além disso, a taxa de juros em patamares elevados e o momento favorável do mercado de trabalho estimulam a demanda por serviços, aumentando a pressão sobre os preços.
Diante desse contexto, o Banco Central sinaliza que os próximos cortes de juros seguirão sendo cautelosos, com a inflação de serviços no centro das atenções. A situação evidencia o delicado equilíbrio que a autoridade monetária precisa manter entre estimular a economia e conter pressões inflacionárias, especialmente em um setor tão sensível às condições do mercado de trabalho e ao nível de atividade econômica.