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Se a situação da economia brasileira não está sendo muito gentil com o consumidor, algumas companhias estão aproveitando a alta dos preços para aumentar suas margens, e a Ambev (ABEV3) está inclusa nesta lista.
Afinal, pela primeira vez em três anos, os preços da cerveja estão subindo mais que o custo de produção – um sinal de compra para as ações da Ambev, segundo o Bradesco.
O resultado é simples: a indústria continuou elevando os preços da breja no mês passado, ao mesmo tempo em que os principais insumos para a produção da bebida caíram – a redução foi de 21% no trigo e 10% no alumínio. Nesse cenário, o analista Leandro Fontanesi acredita que a Ambev vai conseguir melhorar suas margens – uma das principais preocupações dos investidores nos últimos trimestres.
Desde que a pandemia causou uma explosão no custo das commodities, a Ambev tomou a decisão de repassar apenas o IPCA – ainda que seu aumento de custo tenha sido maior – como forma de proteger seu mercado, um movimento reconhecido pela indústria de bares e restaurantes. Agora, com a correção nas commodities, o Bradesco aposta que essa estratégia vai começar a se pagar. O banco estima que a inflação da cerveja atinja 9% nos 12 meses terminados em junho, enquanto o custo dos produtos vendidos (CPV) aumentou estimados 8%. Essa situação – preço na ponta andando mais que o custo.
Entre junho de 2021 e maio deste ano, o preço da cerveja aumentou 11,1%, enquanto o consumo em volume cresceu 9,5%, segundo dados da Nielsen, citados pela Folha de S. Paulo. A indústria de bares disse ao jornal no domingo que espera um novo aumento do preço entre agosto e outubro. O Bradesco tem recomendação ‘outperform’ para a Ambev e preço-alvo de R$ 21, um upside de 53%. A cervejaria negocia a 15x o lucro dos próximos 12 meses, bem abaixo da média histórica de 23x.
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