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Alta na curva de juros americanos vai “desacelerar a economia global”

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As curvas de juros são um dos melhores expoentes para entender uma economia. Afinal, os juros indicam os ciclos de contração e de expansão de algum mercado. Em especial, a principal economia do mundo tem um papel ainda mais essencial, pois norteia os demais países do mundo em suas respectivas políticas econômicas.

Neste sentido, Alex Lima, estrategista-chefe da Guide Investimentos, disserta sobre a inclinação da curva de juros nos EUA e suas implicações para a economia e o mercado de ações. O especialista levantou o histórico dos últimos 30 anos, comparando os vértices de 2 e 10 anos no período! Confira agora os principais destaques!

Uma das características da economia norte americana é a transparência dos seus ciclos econômicos. As fases de expansão e contração e momentos inflacionários são bem demarcadas.

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Essa é uma das razões da obsessão do mercado de maneira geral com a inclinação da curva: geralmente a mudança da inclinação indica algum tipo de mudança de ciclo econômico mais à frente. Entretanto, apesar da inclinação da curva oscilar entre momentos de inclinação e achatamento, alguns ciclos são mais duradouros que outros.

Por exemplo, a curva permaneceu bastante inclinada entre os períodos de 2007 e 2017, coincidindo com o aumento do balanço do Federal Reserve em 4 trilhões de USD e com desemprego diminuindo — um ciclo longo de easing monetário e melhora da performance econômica — e com inflação baixa o suficiente para não sinalizar uma mudança da política monetária acomodativa.

Tirando esse período de quase 10 anos onde a curva permaneceu bastante inclinada, os ciclos duram na média 18 meses. Assim, o analista aponta três conclusões:

  1. A curva irá empinar em 12 meses. Em 30 anos, os ciclos de bear flattening (o atual, com o aumento do juro curto) desembocam 100% das vezes em ciclos de bull steepening (o juros curto cai precificando o corte do Fed). Este período chega na média 22 meses após o começo do ciclo de bear flattening e tem volatilidade (do S&P 500) mais alta.
  2. Melhor fase da bolsa americana é agora. A melhor fase do S&P 500 historicamente é precisamente agora no bear flattening com retorno médio de 28%, onde o mercado de trabalho é robusto e o banco central ainda não ajustou a política monetária o suficiente para brecar a economia.
  3. O ajuste será grande. A economia deverá desaquecer marginalmente (via política monetária ou diminuição de demanda global, onde atualmente não faltam narrativas). O desemprego precisa aumentar (na média) 120 bps nos EUA para que a desaceleração da economia esteja dentro do que acontece historicamente. De certa maneira, a sinalização do recente achatamento & inversão da curva de fato precede outro ciclo econômico. A pergunta é se essa desaceleração será fabricada pelo próprio Fed ou via ajuste de demanda (global ou local).
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Por fim, não deixe de conferir abaixo o comunicado na íntegra abaixo:


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