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O Juiz John Dorsey, do Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito de Delaware, tomou uma decisão crucial na segunda-feira (07), ao aprovar o aguardado plano de falência da exchange de criptomoedas FTX. A decisão representa uma esperança renovada para os credores da empresa, que há quase dois anos aguardam o reembolso de seus fundos bloqueados desde o colapso da FTX em novembro de 2022.
A aprovação do plano de falência da FTX segue um processo complexo, mas amplamente apoiado pelos credores. Conforme noticiado pelo CriptoFácil, a exchange submeteu o plano para aprovação dos credores e obteve 94% de apoio, uma adesão quase unânime. No entanto, era necessária uma aprovação judicial final para que o plano pudesse ser executado. A decisão do juiz Dorsey abre agora o caminho para que os credores finalmente comecem a receber seus pagamentos.
De acordo com o plano aprovado, a FTX pretende distribuir aproximadamente US$ 6,6 bilhões entre os credores que concordaram com a proposta de reestruturação da empresa. O cronograma de distribuição dos valores foi estimado entre 4 a 8 semanas a partir da decisão judicial, de modo que os investidores poderão recuperar parte de seus fundos no curto prazo.
A decisão é vista como um passo positivo para os credores, que foram diretamente impactados pelo colapso da FTX, uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo. Desde a sua falência, a FTX enfrentou um longo e difícil processo de liquidação de ativos, além de batalhas legais que envolveram até mesmo tentativas de reaver doações de caridade feitas pelo ex-CEO da empresa, Sam Bankman-Fried (SBF).
Apesar da aprovação judicial, o plano não foi completamente unânime. Sunil Kavuri, representante de um grupo de credores, foi uma das vozes dissonantes, defendendo que a FTX deveria devolver os fundos em criptomoedas, em vez de moeda fiduciária. Kavuri expressou preocupações sobre o formato de pagamento, uma vez que muitos investidores esperavam receber seus valores na mesma forma em que os depositaram. No entanto, a FTX obteve aprovação para realizar os pagamentos em dólares.
Com a ratificação do plano, cerca de 98% dos credores da FTX devem receber de volta 118% de seus fundos, em moeda fiduciária, de acordo com os cálculos apresentados pela empresa. A quantia total dos reembolsos pode chegar a US$ 16 bilhões, o que representa um avanço significativo no processo de liquidação da exchange.
Os desafios enfrentados pelos investidores e credores da FTX desde seu colapso foram amplos. A empresa, junto com sua subsidiária Alameda Research, detinha aproximadamente US$ 8 bilhões em fundos de clientes, que ficaram inacessíveis após a falência. Além das dificuldades financeiras, o escândalo envolvendo a má gestão de ativos por parte de Sam Bankman-Fried e outros executivos da FTX causou uma grande turbulência no mercado de criptomoedas.
Desde então, a FTX buscou reaver ativos, inclusive processando exchanges concorrentes, como a Bybit, e solicitando a devolução de doações de caridade feitas por SBF. O plano de falência aprovado agora simboliza o sucesso dos esforços para resolver a situação dos credores, encerrando quase dois anos de incertezas.
O que vem a seguir?
Embora a aprovação do plano de falência seja um grande passo, ainda há muitos desafios à frente. Nos primeiros estágios do processo de falência, John Ray III, o atual diretor de reestruturação da FTX, expressou a possibilidade de reativar a exchange após os reembolsos. No entanto, a equipe posteriormente decidiu abandonar esse plano, e a FTX deve encerrar definitivamente suas operações assim que os fundos forem devolvidos aos credores.
A FTX chegou a buscar novos investidores que pudessem reerguer a plataforma, mas o advogado interno da empresa, Andrew Dietderich, declarou que não houve interesse suficiente por parte dos investidores para apoiar a retomada das atividades da exchange.
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