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- A Azul (AZUL4) anunciou, na noite desta segunda-feira (7), que firmou um acordo crucial para sua reestruturação financeira, trazendo alívio aos investidores
- A empresa aérea selou negociações com arrendadores e fabricantes de equipamentos originais (OEMs)
- Que detêm cerca de 92% dos direitos sobre instrumentos de patrimônio emitidos em 2022
- A notícia, portanto, gerou euforia no mercado, fazendo com que as ações da companhia subissem 20,7% nesta terça
A Azul (AZUL4) anunciou, na noite desta segunda-feira (7), que firmou um acordo crucial para sua reestruturação financeira. Assim, trazendo alívio aos investidores. A empresa aérea selou negociações com arrendadores e fabricantes de equipamentos originais (OEMs). Que detêm cerca de 92% dos direitos sobre instrumentos de patrimônio emitidos em 2022.
A notícia gerou euforia no mercado, fazendo com que as ações da companhia subissem 20,7% nesta terça-feira (8). E, alcançando R$ 6,94 por ação às 10h42, horário de Brasília.
O acordo estabelece a conversão da dívida de cerca de R$ 3 bilhões em até 100 milhões de ações preferenciais, em uma única emissão. Ainda, condicionada ao cumprimento de certas aprovações e requisitos. Considerando o preço de fechamento das ações na última segunda-feira, de R$ 5,75, o valor das 100 milhões de novas ações emitidas seria de aproximadamente R$ 575 milhões.
A renegociação reduz significativamente a participação pro-rata dos credores. Que aceitaram uma conversão das obrigações em um valor menor do que o inicial, promovendo um “haircut” de R$ 1,8 bilhão.
A Azul destacou que esse acordo representa um passo essencial dentro de um plano abrangente de fortalecimento da sua geração de caixa. E, da melhoria da estrutura de capital, o que deverá garantir maior estabilidade financeira no futuro.
No entanto, a empresa ainda negocia com os 8% restantes dos arrendadores e OEMs que não aderiram à proposta inicial. Além de outras partes interessadas, para concluir a reestruturação.
Movimento estratégico
Segundo a XP Investimentos, o acordo é um movimento estratégico importante para a Azul. Visto que, diminui a diluição acionária para cerca de 21%. Muito abaixo dos 55% que ocorreriam se a conversão fosse feita ao preço de mercado das ações no modelo anterior.
A corretora também vê o potencial de captação de novos financiamentos. Ampliando, assim, a liquidez da empresa no curto prazo e proporcionando maior fôlego para enfrentar os desafios operacionais.
Já a Genial Investimentos ressalta que, apesar da diluição de até 100 milhões de ações, o acordo é positivo para o futuro da companhia. Dessa forma, proporcionando alívio financeiro considerável e reforçando sua capacidade de geração de caixa. A longo prazo, a Azul deve sair fortalecida e em condições mais sólidas para sustentar seu plano de crescimento.
O Bradesco BBI, no entanto, lembrou que a Azul já havia acordado, em maio de 2023, a conversão de US$ 570 milhões em passivos de leasing em obrigações de capital a R$ 36,00 por ação. Com tranches a serem executadas entre o terceiro trimestre de 2024 e o quarto trimestre de 2027. O novo acordo reduz o preço de conversão para R$ 30,00 por ação, aumentando a diluição acionária de 20,5% para 22,3%.
O JPMorgan observou que o resultado da negociação estava dentro das expectativas do mercado, que já previa uma diluição de capital na faixa de 20% a 25%. No entanto, o banco destacou a importância do anúncio, que dissipou preocupações em torno de um possível pedido de recuperação judicial (Chapter 11) nos Estados Unidos, o que havia pressionado o desempenho das ações da Azul frente ao Ibovespa desde agosto. O banco, assim, mantém sua recomendação neutra para os papéis da companhia.
Com essa renegociação, a Azul pretende, contudo, estabilizar sua estrutura de capital e avançar em novos acordos financeiros. Dessa forma, garantindo que a empresa continue sua trajetória de recuperação e crescimento sustentável no setor aéreo.
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