De acordo com Rodrigo Azevedo, ex-diretor de política monetária do Banco Central e Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head de research da XP Inc., 2021 pode ser o ano da bolsa e dos mercados emergentes. Entretanto, ambos não descartaram o risco de uma bolha.
No final desse ano, houve no mercado a famosa “rotação de ativos”. O termo explica a migração de capital de setores menos atingidos pela pandemia, como tecnologia, para aqueles que mais sofreram, como banco e commodities. Dessa forma, o objetivo é se beneficiar do crescimento desses setores.
Além disso, a busca de investidores estrangeiros por países emergentes também deve aumentar. Isto porque, com as vacinas e perspectivas de reabertura econômica, tais economias ganham mais atratividade. Assim sendo, justifica o recorde de R$ 30 bilhões de capital estrangeiro entrando na B3 (B3SA3) em novembro.
O ex-diretor do Banco Central pontuou a retomada da China e a demanda grande por commodities. Portanto, com a expectativa de um novo ciclo de commodities graças a China, o Brasil tem a chance de recuperar seu espaço no mercado global.
“Esse cenário é extremamente positivo para mercados emergentes principalmente os mais cíclicos, como o Brasil. Então eu concordo bastante com o Rodrigo que esse fluxo de estrangeiro realmente é positivo, mas parece ser apenas o começo.”
afirmou Fernando Ferreira.
Todavia, ambos afirmaram que todo esse grande potencial nas mãos do Brasil pode ser anulado devido nossa frágil situação fiscal. Assim sendo, o governo necessita mostra uma trajetória sustentável para a dívida pública. E, além disso, reafirmar o compromisso com o teto de gastos.
Liquidez excessiva e risco de bolha
Após a chegada da pandemia, os bancos centrais começaram a injetar estímulos em suas economias, totalizando US$ 25 trilhões, segundo levantamento do Bank of America. Além dos estímulos monetários, empresas se beneficiaram de estímulos fiscais, resultando em liquidez recorde em seus caixas.
De acordo com dados compilados pelo The Economist, empresas não financeiras somaram US$ 3,6 trilhões em capital proveniente de investimentos públicos. Dessa forma, com a distribuição de dividendos suspensa/reduzida, as 3 mil empresas não financeiras mais valiosas do mundo de capital aberto somaram caixa de US$ 7,6 trilhões.
Assim sendo, para o head da XP, o caixa deve se converter em maior retorno aos acionistas. Ou seja, por meio de distribuição de dividendos e outras bonificações.
“No ano que vem, o lucro médio das empresas do IbovespaO Ibovespa é o resultado de uma carteira teórica de ativos, elaborada de acordo com os critérios More deve crescer 150% sobre 2020. Obviamente, estamos vindo de uma base extremamente baixa, então esse número deve ser considerado com uma ‘pitada de sal’.”
afirmou Fernando Ferreira.
Entretanto, tanto o head da XP quanto o ex-diretor do BC concordam que a excessiva liquidez pode inflar preços de ativos e formar bolhas no mercado de ações. Dessa forma, Azevedo questiona: “Será que tudo isso vai acabar em inflação e gerar uma grande bolha de ativos?”. Além disso, supõe que essas possíveis bolhas e pressões inflacionárias devem pressionar primeiramente os países emergentes.
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