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Cansado do Lula, “Patriotas” e recessão? Descubra como proteger seus investimentos em 2023

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O investidor tem muitos motivos para ter dor de cabeça em 2023. O ano começa repleto de ruídos polítcos com a transição para o terceiro mandato de Luís Inácio Lula da Silva, novos ministros e uma completa mudança nas estruturas parlamentares e de gestão economica, e que vem sim preocupando o mercado.

O movimento de transição aumentou ainda mais a preocupação do mercado com o fisco, com as primeiras medidas do governo Lula aparentemente deixar de lado a responsabilidade fiscal para aparar medidas sociais. Um novo folego para a população, mas um assustador aviso para o mercado que de que o fisco pode não ser a prioridade número um do terceiro mandato do petista.

Uma nova pesquisa da Modalmais/AP Exata sobre a popularidade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostra que o presidente tem mais reprovação do que aprovação na primeira semana nas redes sociais.

De acordo com o levantamento, 38,8% dos entrevistados avaliaram a gestão como ruim ou péssima, enquanto 37,4% disseram que era boa ou ótima. Outros 23,8% consideraram o governo regular.

A pesquisa também mostra que a polarização política ainda é muito forte no país e afeta a imagem do novo governo. Isso significa que o otimismo em torno da gestão de Lula não conseguiu ultrapassar as bolhas políticas que o apoiaram durante a campanha eleitoral.

De acordo com a pesquisa, há uma forte vigilância sobre as ações do novo governo e isso só deve mudar dependendo dos resultados que serão apresentados ao longo do mandato.

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A pesquisa foi realizada com base em Inteligência Artificial e considerou dados de pesquisas offline e sentimentos expressos por internautas nas redes sociais.

Assim, o risco político explodiu neste domingo (8), quando manifestantes invadiram e vandalizaram o congresso nacional em sinal de desaprovação da vitória de Lula nas urnas.

Receosos com o rumo da economia brasileira, o mercado teme também a recessão global enquanto os principais bancos centrais aumentam suas taxas de juros para conter os avanços da inflação. Mas o investidor já parece cansado de tudo isso.

Então, como podemos proteger nossos investimentos em meio a tantos riscos fiscais?

O primeiro passo natural quando o risco sistêmico explode, é correr para ativos que devem se beneficiar dos altos juros, e que não apresentam volatidade de mercado: a renda fixa.

Para a Toro Investimentos, plataforma do Santander Brasil, é hora de se proteger alocando recursos em renda fixa e aproveitando a alta nos juros, que estão no patamar de 13,75% ao ano desde agosto passado.

“Mesmo com grande incerteza tanto no cenário macro quanto internamente, ter uma carteira dividida é o ideal. Uma forma de se proteger contra a instabilidade política seria aplicar em produtos de renda fixa, principalmente os pós-fixados com duração curta de um ou dois anos, já que as perspectivas são as de que não haja corte na taxa de juros até meados de 2023”.

Disse a analista Gabriela Sporch.

Segundo Sporch, da Toro, a depender de como o cenário econômico ficará em 2023, “isso pode estressar as curvas de juros longas e, então, surgir oportunidades de investimentos mais atrativas”.

“Outra possibilidade, seria uma exposição direta ao mercado internacional ou por fundos cambiais, acreditando que o dólar pode se fortalecer frente a outras moedas e se beneficiar deste movimento”, completou.

O que diz a maior casa de gestão do planeta?

Ademais, para a BlackRock, maior gestora do mundo em ativos administrados, um cenário mais benigno é possível “à medida que as avaliações passem a refletir esses impactos econômicos, ou se acreditarmos que os mercados têm clareza suficiente para aumentar o risco de forma sustentável”.

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A gestora, porém, não antecipa uma “nova década de alta simultânea no mercado de ações e renda fixa”.

“Finalmente, a renda fixa está oferecendo retornos atraentes, em especial nos títulos governamentais de curto prazo e nos títulos corporativos de alta qualidade” […] “Mas o novo manual neste novo regime não considera que os títulos governamentais de longo prazo cumprirão o papel tradicional de serem um seguro contra correções em ativos de risco como, por exemplo, as ações”.

Disse Cristiano Castro, diretor do segmento wealth e especialista da divisão de gestão de patrimônio da BlackRock Brasil.

A BlackRock ainda afirmou que, na renda fixa, “o novo manual destaca a atratividade dos títulos corporativos com grau de investimento, bem como dos títulos indexados à inflação, em um cenário de inflação persistente”.

Ok, a renda fixa é o caminho mais seguro. Mas ainda posso investir em ações?

Se você ainda espera ter uma boa rentabilidade no mercado de ações em 2023, ainda é possível segundo a BlackRock. No entanto, a estratégia é mais defensiva, “favorecendo indústrias como a da saúde e a dos produtores de energia”, que devem se beneficiar de políticas esperadas durante o governo Lula.

Outros setores, como os de educação, mineração e siderurgia, papel e celulose e petróleo e gás, devem ter alta no Brasil em 2023, segundo a XP Investimentos. A corretora afirmou estar otimista com os preços de petróleo, acreditando se tratar de um bull market existente já há alguns anos.

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Para educação, “ainda há espaço para consolidação do setor e não descartamos a possibilidade de uma ou mais transações transformacionais”, de acordo com os analistas.

Alguns setores, segundo os especialistas, podem não ter um ano tão positivo não somente por causa do cenário doméstico mas em razão de pressões externas como a recessão, os juros altos e o aumento dos casos de covid-19 na China. O setor de tecnologia, por outro lado, continua a ser avaliado pela XP, mas esta aconselhou cautela “a despeito da pressão recente no preço de algumas ações na nossa cobertura, refletindo em boa medida o cenário de aperto monetário no Brasil e no mundo”.

Para a Toro, o momento é de passar longe de ativos de tecnologia e de varejo, “pois são instituições que sofrem bastante em um cenário de juros altos, com o aumento na inadimplência e aumento das taxas de desconto em seu fluxo de caixa, respectivamente”.

Além disso, a XP afirma que no varejo é favorecida a exposição a segmentos mais defensivos, “com varejo alimentar sendo a preferência, mas farmácias sendo uma alternativa possível”.

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