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Desafiador para muitos, o ano de 2022 entrou em seu último trimestre ainda com pouca previsibilidade no ambiente de investimentos global. A instabilidade econômica que aflige o mundo mantém receios que acompanharam os profissionais do setor ao longo dos últimos meses – e nem mesmo os gestores que estão no coração do mercado financeiro, em Nova Iorque, passam isentos destas incertezas.
Para William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities, os gestores que estão no coração do mercado financeiro, em Nova Iorque, estão especialmente preocupados.
Vivemos um momento de muitas incertezas, volatilidade e receios vindo de diversos lados. Nesse cenário, mesmo gestores profissionais tem dificuldade de ter fortes convicções. Mas tudo bem. Talvez seja exatamente essa postura humilde que seja o melhor approach na hora de investir. Nesse cenário de incertezas a capacidade de admitir uma visão errada e mudar suas posições adotando uma nova perspectiva é fundamental.
Como evitar riscos?
O analista aponta que historicamente, as mínimas e posterior inflexão do índice S&P 500 aconteceu durante períodos de recessão e não antes desses. Ou seja, aqui fica implícita a ideia de que há espaço para mais quedas dado que a economia ainda não entrou no seu pior momento.
Dito isso, a alocação em ações deve levar em conta o perfil do investidor e sua aptidão a não se desesperar com novas quedas. Fora isso, num cenário inflacionário, os gestores entendem que você deveria priorizar empresas que tem pricing power – capacidade de repassar maiores custos aos seus preços. Renda Fixa Para renda fixa, em um cenário mais instável e com maior volatilidade de preços e PIB, deve-se diminuir duration das carteiras, ou seja, priorizar investimentos com vencimentos mais curtos.
Fora isso, dado que, na opinião dos gestores, a economia caminha para uma recessão, é importante reduzir o risco de crédito da carteira e priorizando títulos de empresas investment grade. Neste sentido, os gestores da Lord Abbett destacaram que muitas empresas nos EUA priorizaram o reforço de caixa e de seus balanços em detrimento a investimentos e novas expansões.
O que nesse caso foi bom, pois é possível encontrar bonds com yields elevados ante a média dos últimos anos, em empresas com boa capacidade de pagamento de dívidas. Outras ideias que foram comentadas no evento foi a redução da alocação em Europa.
Dado os receios em relação aos desdobramentos da crise energética, eles ressaltaram que migraram grande parte dos portfólios para ativos nos EUA, saindo de investimentos na Europa. Estratégias e estruturas que se beneficiem de uma elevada volatilidade também são desejáveis, uma vez que a percepção deles é a de que o cenário seguirá turbulento por mais tempo.
Por outro lado, foi consenso de que o momento turbulento abriu uma janela de oportunidade não vista há muito tempo em termos de valuations de ações e yields de bons. Para quem tem orientação de longo prazo, não precisa de grande liquidez, mas é necessário ter paciência.
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