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Como empresas do setor agro podem captar recursos com a alta de juros

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Com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa Selic para 13,75%, os ativos de renda fixa ganham destaque. A alta pela 12ª vez seguida traz o maior patamar da taxa básica de juros brasileira desde dezembro de 2016 e aumenta o rendimento de títulos atrelados a ela, como é o caso de uma parte dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs).

Os CRAs são títulos de renda fixa, emitidos por securitizadoras, que possibilitam que empresas do agronegócio e outros agentes ligados à cadeia de produção agrícola e de alimentos captem recursos para seus negócios. Eles são baseados em direitos creditórios do agronegócio, como financiamento para produção, industrialização e comercialização, além de antecipação de recebíveis decorrentes das atividades dessas companhias.

Segundo Daniel Magalhães, fundador, CEO e CPO da Virgo – plataforma de acesso a capital e serviços para o mercado de capitais -, essa alternativa beneficia tanto os investidores de renda fixa, focados em retorno de médio e longo prazo, quanto às empresas dentro da cadeia do agronegócio que recorrem a ela.

“Como as operações de CRA têm custos estruturais obrigatórios, elas tendem a sair com volume acima de R$ 10 milhões, mas trazem normalmente garantias e mecanismos de monitoramento que aumentam a segurança para os investidores. Além disso, esse tipo de investimento geralmente possui uma remuneração maior do que a dos títulos públicos, é isento de imposto de renda para pessoa física e é um ótimo instrumento para diversificação dos riscos”, diz Magalhães.

Segundo pesquisa da Modalmais, 60% dos gestores de fundos estão otimistas com os CRAs no cenário atual. O líder da Virgo explica que, para a operação ser bem sucedida, é fundamental fazer uma análise qualificada das oportunidades e empresas que buscam financiamento, que passam por uma rigorosa análise de crédito, garantias e estrutura funcional.

“Na vertical de acesso a capital da Virgo, atuamos com empresas de médio porte, com faturamento de R$ 100 milhões a R$ 1 bilhão, e estruturamos soluções de capital de R$ 5 a R$ 50 milhões. Grande parte dos clientes nos procuram para o primeiro contato com CRAs, por isso nosso trabalho ainda é muito consultivo, mas depois de uma primeira operação, acaba virando uma forma recorrente de acesso a capital. Temos clientes que já fizeram dois ou mais operações conosco, depois do primeiro acesso. Dentre os investidores institucionais da nossa base estão Assets que fazem gestão de Fiagros e Fundos de Crédito, Family Offices e Privates e Wealths independentes”, comenta Daniel Magalhães.

Só nos últimos 12 meses, a plataforma analisou mais de 600 operações neste segmento, com volume médio de R$ 30 milhões. Com um perfil de clientes composto por produtores e distribuidores rurais, indústrias de alimento e redes de varejo alimentício, a maioria dos negócios que captaram via CRAs são relacionados à cana de açúcar, soja, milho, algodão, feijão, arroz, café, gado, fertilizantes, tabaco, ave e frutas – ou seja, alguns dos principais produtos do país. Para os investidores, as garantias oferecidas foram imóveis, recebíveis e aplicações financeiras.

Oportunidade para as empresas

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Além de auxiliar os investidores a identificar boas oportunidades de alocação de recursos, a Virgo ajuda as empresas interessadas a entender quais as melhores soluções para suas necessidades. Dentro da plataforma da virgo as empresas podem acessar soluções de desconto de recebíveis, capital de giro e crédito estruturado de médio e longo prazo. Dessa forma, capacita o empreendedor para levantar recursos e adquirir liquidez para aplicar em novos projetos ou aumentar o caixa, sem precisar recorrer ou aumentar o endividamento bancário.

A empresa interessada em emitir CRAs precisa ter números estáveis, que costumam ser atingidos a partir de três anos de constituição, e já possuir alguma exposição às linhas de crédito bancárias. Daniel Magalhães ainda reforça a necessidade de garantia de imóveis e/ou recebíveis, balanços e informações das garantias organizadas e bem formalizadas, assim como o foco em operações de médio prazo, entre 24 e 60 meses.

“Por meio de parceiros de originação, que prospectam empresas no Brasil inteiro e as indicam à Virgo, viabilizamos todo o processo de captação, buscando soluções além das linhas bancárias e ampliando as possibilidades e informações de mercado. Os CRAs são uma ótima opção para as que têm foco em crescimento no médio e longo prazo ou em diversificar suas fontes de financiamento. Eles também atendem os negócios que desejam aumentar a visibilidade junto a investidores de crédito privado. Essa alternativa ainda se aplica a momentos de necessidade de alongamento de passivo, como quitação de linhas de curto prazo para reestruturação do endividamento das empresas”, diz.

Dentre as operações de destaque da Virgo na área, estão a primeira emissão de CRAs para uma empresa de tabaco do Brasil, a Premium Tabaco. O total emitido, para uma necessidade de operação de 36 meses, foi de R$ 40 milhões, com a garantia de alienação de tabaco. Já a Taco Bell possuía uma necessidade de operação de 48 meses e contou com a emissão de R$ 30 milhões em CRAs, com garantias de aval e cartão de crédito. Por fim, a CAAGE Armazéns Gerais, produtora de soja e milho e distribuidora de insumos, obteve R$ 15 milhões em CRAs para uma necessidade de operação de 36 meses e teve como garantia imóveis e recebíveis.

“Premium e Taco Bell já fizeram uma segunda operação com a Virgo e esse é o nosso grande objetivo – viabilizar uma solução competitiva e recorrente de acesso a capital para as empresas. Queremos ser a conta corrente de capital das empresas de médio porte no Brasil”, afirma o Founder.

Além da vertical de acesso a capital, que conecta investidores e tomadores com o objetivo de simplificar o processo de captação de recursos, a Virgo também possui um braço de securitização, que é o atual líder de emissões do mercado. Juntos, eles chegaram a um volume de R$ 9,6 bilhões em 58 operações no primeiro semestre de 2022.

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Outra frente da companhia é a Virgo Ventures, Corporate Venture Capital que já investiu em 5 startups e tem o propósito de impulsionar a inovação no mercado de capitais e melhorar a experiência de todos os stakeholders. Com um ano recém-completado, a Virgo já passou por uma rodada Series A liderada pela XP e prevê uma rodada Series B ainda em 2022.

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