Que os gastos para enfrentar a pandemia do novo coronavírus elevariam a dívida nós sabíamos. De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Economia, a dívida pública federal – que inclui endividamento interno e externo – soma R$ 5,01 trilhões.
Dessa forma, o valor representa um aumento de 17,9% em relação a 2019, quando a dívida somou R$ 4,249 trilhões. Além disso, em relação a novembro o crescimento foi de 4,63%, quando a dívida era de R$ 4,788 trilhões.
Assim sendo, percebe-se que se estourou o teto do Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2020. O motivo foi o alto volume de emissões de títulos públicos no mês de dezembro. De acordo com o teto para o ano, a dívida pública poderia fechar entre R$ 4,6 trilhões e R$ 4,9 trilhões.
Entretanto, o Tesouro admitiu que o indicador encerrasse 2020 acima do estabelecido.
Dívida interna e externa
O montante da dívida pública mobiliária federal (DPMFi) cresceu 4,67% em dezembro, passando de R$ 4,553 trilhões para R$ 4,787 trilhões. Dessa forma, tal elevação se justifica pela apropriação positiva de juros, no valor de R$ 31,91 bilhões. Além disso, pela emissão líquida mensal de R$ 180,84 bilhões – um recorde.
Quanto ao estoque da dívida pública federal externa (DPFe), que capta recursos no mercado internacional, a elevação foi de 3,79%. Portanto, encerrando o ano de 2020 em R$ 243,45 bilhões, ou US$ 46,85 bilhões.
Cerca de R$ 222,69 bilhões (ou US$ 42,85 bilhões) referem-se à dívida mobiliária, ou seja, a títulos no mercado internacional. Enquanto os outros R$ 20,77 bilhões (ou US$ 4 bilhões) referem-se à divida contratual, isto é, com bancos e organismos internacionais.
Por fim, vale destacar que mesmo com a queda de 2,53% do dólar em dezembro, foram emitidos US$ 2,5 bilhões em dívida no mercado externo. Dessa forma, elevando o estoque da dívida pública externa.
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