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O dólar opera em queda comparado ao real nesta sexta-feira, aliviando a alta que empurrou a moeda norte-americana para tingir um novo recorde ontem.
Nesta sexta-feira, os principais representantes comerciais das duas maiores economias do mundo discutiram a Fase 1 de seu acordo comercial, a China declarou concordar em melhorar a atmosfera para sua implementação, enquanto os EUA disseram que os dois lados esperam que as obrigações sejam cumpridas.
A notícia acalmou o sentimento dos mercados, especialmente após Donald Trump, e outras autoridades norte-americanas culparem a China pelo surto de coronavírus, e ameaçaram ações punitivas, incluindo possíveis tarifas.
“O clima amanheceu otimista, com sinalização boa dos EUA e da China”, disse à Reuters Jefferson Laatus, sócio fundador do grupo Laatus. “Os dois países voltaram a se falar, e isso é realmente muito positivo.”
Enquanto isso, os investidores também reagiam aos dados impressionantes sobre o emprego nos Estados Unidos. Os Estados Unidos registrou 20,5 milhões de postos de trabalho a menos em abril, maior queda desde a Grande Depressão, enquanto a taxa de desemprego no país ficou em 14,7%.
Apesar de evidenciarem o enorme impacto econômico das medidas de contenção do coronavírus, os dados ainda vieram melhores do que as expectativas dos mercados. Economistas consultados pela Reuters previam fechamento de 22 milhões de vagas fora do setor agrícola e taxa de desemprego de 16%.
“Agora, o payroll deu uma animada. Estamos num cenário em que ‘comemoramos’ dados ruins: só de virem um pouco acima (do esperado), já acalmam as expectativas sobre a economia dos Estados Unidos“, acrescentou Laatus.
Em nota, Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, disse que “não descartamos durante a presente sessão uma mudança de tendência em função do atual desconforto no nosso mercado local de câmbio, ditado pela combinação entre juros cada vez mais baixos, economia em colapso e persistentes incertezas em nossa seara política“.
O dólar à vista fechou a última sessão em alta de 2,39%, a 5,8399 reais na venda, nova máxima recorde para encerramento, reagindo a corte da taxa Selic ao nível histórico de 3%. No ano de 2020, a moeda já acumula ganhos de mais de 44% contra o real em meio a cenário local desfavorável e cautela contínua no exterior.
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