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- Dólar “blue” atinge novo recorde na Argentina, chegando a 1.365 pesos para venda nas “cuevas”.
- Alta é impulsionada por calendário de feriados recentes e demanda empresarial por dólares para pagamentos de bônus e gratificações.
- Especulações sobre possível liberalização do mercado de câmbio adicionam volatilidade ao cenário econômico.
- Aprovação iminente do projeto de Lei de Bases gera incertezas, com preocupações sobre impacto inflacionário em caso de recuperação econômica.
- Em junho, dólar “blue” acumulou aumento de 11,4%, com diferença de 50% em relação ao dólar oficial, maior desde janeiro.
Nesta terça-feira (25), o dólar “blue”, a referência do mercado paralelo de câmbio na Argentina, atingiu um novo pico, com a cotação de venda alcançando 1.365 pesos nas “cuevas”. Esse aumento representa uma significativa elevação em relação aos 1.330 pesos registrados no fechamento de ontem.
Vários fatores estão impulsionando essa alta, incluindo um calendário agitado de feriados recentes que impactaram a disponibilidade de recursos, além da demanda das empresas por divisas para cumprir obrigações como o pagamento de bônus e gratificações de fim de ano. Além disso, a persistente taxa de juros real negativa está incentivando investidores a buscar refúgio em moeda estrangeira.
As especulações sobre uma possível liberalização do mercado de câmbio também têm influenciado o cenário. Embora o ministro da Economia, Luis Caputo, tenha descartado essa iniciativa, o mercado continua sensível às expectativas políticas.
A proximidade da aprovação do projeto de Lei de Bases, após modificações no Senado, adiciona um elemento de incerteza adicional. Existe um receio de que uma rápida recuperação da economia argentina possa gerar pressões inflacionárias, o que poderia complicar ainda mais o cenário cambial.
De acordo com dados do site InfoBae, apenas no mês de junho, o dólar “blue” acumulou um aumento de 11,4%, representando um incremento de 140 pesos. A diferença em relação ao dólar oficial também alcançou 50%, marcando o maior gap desde janeiro.
Esses desenvolvimentos ressaltam um ambiente econômico desafiador na Argentina, com repercussões significativas para os mercados financeiros e a população em geral.
Em tempo: Inflação na Argentina cai a menor nível desde 2022
O Instituto Nacional de Estatística e Censos da Argentina (Indec) informou em no último dia 13, que a inflação mensal em maio atingiu 4,2%. A menor taxa registrada desde fevereiro de 2022. Esse dado representa um marco importante na trajetória econômica do país, sinalizando uma desaceleração na alta dos preços após um período prolongado de inflação elevada.
A divulgação deste índice ocorre em um momento de significativas mudanças políticas e econômicas na Argentina. Recentemente, o Senado aprovou, com algumas modificações, a Lei de Bases proposta pelo presidente Javier Milei. Este projeto ambicioso visa reduzir o tamanho do Estado e promover a desregulamentação da economia, medidas que Milei acredita serem essenciais para estimular o crescimento econômico e controlar a inflação.
Entre as principais mudanças promovidas pela Lei de Bases estão a privatização de empresas estatais, a flexibilização do mercado de trabalho e a redução de impostos. Essas reformas têm como objetivo atrair investimentos estrangeiros, aumentar a competitividade e criar um ambiente econômico mais dinâmico.
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