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Brasil deve comprar Bitcoin? 5 motivos pelos quais a reserva estratégica pode beneficiar investidores

Diversificação cambial, atração de capital e avanço do Drex colocam cripto no centro da política econômica.

Crédito: Depositphotos.
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  • Diversificar reservas com Bitcoin pode reduzir risco cambial e aumentar eficiência do portfólio soberano.
  • A medida sinaliza apoio à inovação, atraindo capital e acelerando o Drex e a tokenização.
  • Investidores se beneficiariam com mais produtos regulados, liquidez ampliada e maior diversificação de carteiras.

A proposta de criar uma Reserva Estratégica Soberana de Bitcoins (RESBit), em discussão na Câmara no âmbito do PL 4.501/2024, pode ter efeitos diretos sobre quem investe no Brasil. Para além do ruído político, há fundamentos econômicos: diversificação de reservas, redução de riscos cambiais e sinalização pró-inovação ao mercado.

Além disso, o movimento alinha o país a debates internacionais. Nos Estados Unidos, já existe uma iniciativa oficial para centralizar os BTCs governamentais em uma reserva estratégica, o que aumenta a pressão sobre emergentes.

Diversificação de reservas e “hedge” cambial em um ativo global

Hoje, as reservas do Brasil são majoritariamente em dólar. Incluir uma fatia pequena e gradual em Bitcoin criaria um seguro não correlacionado contra choques específicos da moeda americana e da geopolítica.

O Bitcoin também apresenta comportamento distinto de ouro, ações e títulos, agregando diversificação ao portfólio soberano, algo que pode refletir em menor percepção de risco.

Além disso, o mercado cripto já possui liquidez e profundidade suficientes para absorver compras programadas, reduzindo o risco de execução.

Sinal pró-inovação que pode atrair capital e baratear o custo de financiamento

Uma reserva oficial em BTC enviaria ao mercado um sinal claro de apoio à inovação financeira. Isso tende a atrair fundos e gestoras internacionais, além de estimular empresas de infraestrutura cripto a investir no país.

Nesse sentido, o Brasil já é reconhecido como um dos líderes globais em adoção de criptoativos, o que facilita a integração dessa estratégia ao ecossistema local.

Desse modo, para investidores o efeito seria prático: mais produtos regulados, mais liquidez e menor custo de acesso ao mercado digital.

Impulso à tokenização e ao Drex: ponte entre economia real e ativos digitais

O Banco Central já tem a tokenização no centro de sua agenda, com o projeto do Drex em desenvolvimento. Uma reserva em BTC aceleraria a padronização de regras de custódia, auditoria e interoperabilidade.

Além disso, pode facilitar a expansão de títulos públicos e privados tokenizados, abrindo caminho para novos modelos de financiamento e maior acesso a investimentos por parte da população.

Portanto, para o investidor os ganhos estariam em maior liquidez e melhores condições de precificação.

“Efeito benchmark” internacional e disciplina de execução

Com os EUA e outros países explorando reservas de Bitcoin, o Brasil teria a chance de se alinhar a uma tendência global. Isso aumenta a previsibilidade e cria uma base de governança institucional para lidar com ativos digitais.

Ademais, ao adotar uma estratégia gradual, com limites claros, o Brasil poderia reduzir a volatilidade sobre as reservas e mostrar disciplina ao mercado internacional.

Por fim, esse movimento fortalece a credibilidade do país e pode melhorar a percepção de risco soberano.

Como isso chega ao seu bolso: três vias de benefício

Primeiro, pelo prêmio de risco: um Brasil que diversifica reservas em BTC pode transmitir mais segurança a investidores estrangeiros, barateando crédito e atraindo fluxos de capital.

Segundo, pela profundidade de mercado: uma reserva oficial estimularia o surgimento de ETFs, fundos e produtos ligados a cripto, o que aumenta liquidez e melhora a execução para investidores.

Terceiro, pela diversificação da carteira: o Bitcoin tem comportamento distinto de ativos tradicionais, o que dá ao investidor uma ferramenta adicional para equilibrar risco e retorno em tempos de incerteza.

Riscos (e como mitigá-los)

Volatilidade: o Bitcoin é um ativo de alta oscilação. O risco pode ser reduzido com compras programadas e limites proporcionais dentro das reservas.

Correlação com outros mercados: em determinados momentos, o BTC se comporta de forma semelhante às ações de tecnologia. Por isso, o percentual alocado deve ser pequeno e planejado.

Processo político: o projeto de lei ainda precisa avançar no Congresso e pode sofrer alterações. A tramitação deve ser acompanhada de perto por investidores atentos ao impacto de longo prazo.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.