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Estamos diante de uma nova crise financeira internacional?

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Em 2004, o FED (Banco Central dos EUA) iniciou a reversão de uma política monetária fortemente expansionista que vinha mantendo as taxas de juros da economia em baixos patamares, com resultados positivos sobre o crescimento econômico. No entanto, a manutenção de baixas taxas de juros provocou aumento da inflação e exigiu a reversão da política, com início de um ciclo longo de aumentos das taxas de juros.

A reversão da política monetária expansionista, associada a outros fatores, como a desregulamentação do sistema financeiro e a irresponsabilidade por parte dos bancos na concessão de crédito, constituíram a base das causas da crise do Subprime, agravada pela quebra do Lehman Brothers em 15 de setembro de 2008, o que gerou um efeito contágio mundial. Mais de uma década depois, a história se repete com a falência de um importante banco do Vale do Silício (Banco SVB), ainda que com elementos novos e uma pandemia que ceifou muitas vidas no mundo todo.

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Novamente, após um período de expansão monetária, as dificuldades na sintonia fina das taxas de juros, que envolve a difícil escolha conflitiva entre estabilidade dos preços e crescimento econômico, gerou exageros nos preços dos ativos e resultou em uma nova e possível grave quebra bancária, que poderá ter efeitos perversos sobre a economia dos EUA e a economia mundial.

As autoridades e órgãos governamentais, em especial dos EUA, vêm atuando no sentido de minimizar as possibilidades do efeito contágio, que ocorre quando um evento se alastra por toda a economia. Nesse contexto, há uma sinalização por parte do FED e outros órgãos reguladores que os depositantes do falido SVB terão acesso integral aos depósitos, que até o momento estão limitados em US$ 250 mil pelo sistema de seguros dos EUA, que é equivalente ao Fundo Garantidor de Crédito do Brasil (uma espécie de seguro em caso de falência bancária).

Ainda que, aparentemente, uma operação de resgate aponte para uma solução do problema, vale destacar que, antes da quebra do Lehman Brothers, em 2008, o governo dos EUA, por meio do Tesouro Nacional, também tinha atuado para evitar falências importantes, ao nacionalizar as empresas de hipoteca Fannie Mae e Freddie Mac, bem como no suporte financeiro para que o Banco JP Morgan Chase comprasse o Bear Stearns, que também já estava praticamente falido, em março de 2008.

Desse modo, ainda que não seja possível afirmar que a falência do Banco SVB provoque uma nova crise financeira internacional, o momento merece muita atenção e cautela, diante do fato de que o mundo vem passando por instabilidades decorrentes de aumentos nas taxas de juros, com um cenário que apresenta um conjunto de convergências com o que aconteceu no período que precedeu a crise financeira internacional de 2008.

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Por Pedro Raffy Vartanian, pProfessor Doutor do Mestrado Profissional em Economia e Mercados da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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