O processo de fusão das locadoras de veículos Unidas (LCAM3) e Localiza (RENT3) está atualmente aguardando o período em que o CADE faz a análise do caso. Nesse sentido, o negócio envolve as maiores empresas do segmento, tornando uma operação complexa.
Além disso, também há motivos para que a fusão possa não dar certo. Para isso, o jornal Exame apurou quais fatores podem contribuir para que o negócio não prossiga considerando a etapa atual.
De acordo com a reportagem, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) enviou 44 ofícios para todas as companhias que poderiam ser afetadas pela fusão para se manifestarem sobre o negócio, caso se oponham.
Sendo assim, algumas das empresas notificadas foram: Volkswagen, Ford, GM, Renault, Concremat, IBM, CVC, Tokio Marine, Porto Seguro, Vale, Liberty Seguros, Mapfre, Sul America, Claro, Souza Cruz, GSK, Eurofarma, Biolab, Unilever, CCV Locadora, Ouro Verde, Rodobens e Usecar. Considerando a variedade de companhias acionadas, fica evidente o impacto amplo que a fusão pode causar.
Fusão Unidas e Localiza: grupos afetados
Um dos grupos impactados, por exemplo, é o de motoristas por aplicativo. Conforme aponta a Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (Abla), cerca de 200 mil veículos são alugados por esse grupo. Além disso, há a estimativa de que metade dos motoristas de alta frequência utilizem carros alugados.
Em seguida, outro grupo de interesse é o de fabricantes de veículos. Nesse sentido, as locadoras de automóveis representam 15% das compras anuais de carro, onde 13% são contribuições de Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3). Para se ter noção a Ford contava com 30% de suas vendas para esse mercado, enquanto a Renault as consideravam clientes relevantes.
Além disso, outro destaque são as seguradoras devido a sua dupla relação como fornecedor de serviços e cliente. Enquanto essas empresas oferecem seus planos em parceria com as locadoras, elas também fazem o uso de aluguel conforme necessitam fornecer um carro reserva aos segurados.
Outros fatores
Outro ponto de atenção a respeito da fusão entre Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) está na concentração notável que ocorrerá. A frota de ambas juntas, por exemplo, representa 70% da frota nacional de locação e cerca de 75% da receita do setor, desconsiderando as empresas que atuam exclusivamente para gestão de frota terceirizada.
Aliado a isso, o próprio histórico do CADE pesa. Entre 1994 e 2012, o órgão barrou apenas oito casos. Por outro lado, com a nova legislação de 2012, já ocorreram 15 casos de fusões que não se concretizaram até o momento, sendo oito rejeitados e sete desistências devido a percepção de resistência do CADE. E nesse sentido, algumas das operações apresentavam um índice de concentração inferior a 70%.
Por fim, o CADE determinou que as empresas notificadas tenham até 05 de março para apresentação de argumentos junto ao órgão. Portanto, no dia 08 de março, a entidade revelará quem se manifestou, a menos que algumas das envolvidas peça uma extensão de prazo.
Cadastre-se em nossa Newsletter
Informe seu melhor e-mail agora mesmo e fique sempre informado(a).
Quer receber recomendações diárias de investimentos no Telegram? Sim eu quero!
Para receber as melhores recomendações diárias, siga nossas redes sociais: