A XP Investimentos realizou a sua cobertura de análises sobre o setor de supermercados observando o Grupo Mateus, Carrefour e Pão de Açúcar.
Mesmo que a área não tenha escapado do impacto da pandemia, o balanço do segmento no ano passado foi um dos melhores desempenhos entre as categorias de varejo, segundo a XP.
De acordo com o IBGE, os supermercados aumentaram suas vendas em 6% a.a. no período de janeiro a outubro, em comparação com o varejo geral em +0,4% a.a.

Portanto, o time de analistas Danniela Eiger, Marco Nardini, Thiago Suedt e Marcella Ungaretti acredita que as ações das empresas não refletem os fortes resultados entregues em 2020. Aliás, o relatório pontua que as ações estão abaixo dos níveis do primeiro semestre de 2019.
“Vemos o valor dos supermercados como muito atrativo, negociando com descontos de 40% em comparação a empresas internacionais e abaixo de seus níveis históricos, além de enxergarmos um espaço para um re-rating (aumento de patamar de múltiplo) puxado pela perspectiva estruturalmente melhor em comparação ao período pré-Covid-19.“
Danniela Eiger, Marco Nardini, Thiago Suedt e Marcella Ungaretti, analistas da XP Investimentos.
Além disso, o grupo acredita que o segmento esteja estruturalmente melhor em 2021 do que antes da pandemia. Dentre alguns motivos para isso estão: o novo padrão de consumo com a pandemia, a mudança para o atacarejo e maior penetração das marcas.
Dessa maneira, vamos acompanhar a perspectiva da corretora para cada empresa a seguir.
Grupo Mateus (GMAT3)
Na visão dos analistas, o Grupo Mateus (GMAT3) se destaca por estar bem posicionado para consolidar os mercados do Norte e Nordeste, conforme seu bem sucedido modelo de expansão.
Além disso, o plano de atingir 325 lojas até 2025, mais que o dobro da quantidade atual, irá aumentar alguns de seus resultados financeiros e operacionais. Em resumo, o relatório ressalta o crescimento médio anual de receita de 26% entre 2019 e 2024 e de 39% para o lucro.
Portanto, os analistas da XP fizeram recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 11,00 para o fim de 2021. Em outras palavras, 24% de potencial de valorização.
Carrefour (CRFB3)
A respeito do Carrefour (CRFB3), o time de analistas ressaltou o seu bom histórico de execução e alta qualidade como empresa. Dessa forma, a expectativa é de continuidade de apresentação de resultados sólidos, sobretudo pela operação do atacarejo por meio de sua rede Atacadão.
Por outro lado, o Banco Carrefour é um fator de risco, devido a necessidade de adesão do consumidor no cenário atual, embora ainda possa destravar valor para a empresa. Além disso, os analistas levaram em conta as questões de ESG, sobretudo pelos acontecimentos recentes, apontando necessidade de melhorias.
Sendo assim, os analistas da XP fizeram recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 25,00 para o fim de 2021. Ou seja, um potencial de valorização de 23%.
Pão de Açúcar (PCAR3)
Em relação ao Pão de Açúcar (PCAR3), os analistas apontam a companhia como a favorita do setor por um conjunto de fatores.
Nesse sentido, as razões para a preferência são a capacidade de geração de valor por meio da abertura de lojas do Atacarejo, otimização de portfólio e melhorias operacionais do Multivarejo e Grupo Exito, bem como o fortalecimento e expansão de sua operação online.
Ao mesmo tempo, a companhia conta com o aumento de produtividade das lojas através do novo programa de fidelidade em parceria com a RaiaDrogasil (Stix). Além disso, a companhia possui o mais alto padrão de ESG entre os analisados e um valuation atrativo.
Conforme o relatório, a ação possui um desconto de 50% em relação aos comparáveis internacionais. Também está levemente abaixo da média dos últimos 3 anos.
Portanto, os analistas da XP fizeram recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 103,00 para o fim de 2021. Em outras palavras, um potencial de valorização de 35%.
Riscos
Embora a área apresente boas perspectivas, assim como as empresas mostram sinais de bons resultados, ainda existem riscos envolvidos.
Sobre os riscos observados pelos analistas, o fim do auxílio emergencial, a taxa de desemprego e as dúvidas sobre a vacina são alguns deles.
“Esperamos que a economia permaneça fragilizada no curto prazo, com a remoção do auxílio emergencial, alta taxa de desemprego devido às incertezas de vacinação e renda disponível limitada. Por fim, a recuperação da demanda de bares e restaurantes também deve sustentar a demanda do canal.”
Danniela Eiger, Marco Nardini, Thiago Suedt e Marcella Ungaretti, analistas da XP Investimentos.
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