Alexandre Ramagem procurado pela PF para depoimento em investigação sobre tentativa de golpe

A Polícia Federal convocou o deputado federal Alexandre Ramagem para prestar depoimento em um inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado durante o governo anterior
Investigadores estão analisando possíveis ligações entre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sob o comando de Ramagem, e os eventos relacionados à suposta tentativa de desestabilização do governo
Além de Ramagem, a PF também ouvirá coronéis e um general em novas sessões de depoimento, agendadas após a revisão de materiais apreendidos nas investigações
A Polícia Federal pretende concluir o inquérito até o final do mês, com os resultados sendo encaminhados ao STF e ao Ministério Público Federal para análise de possíveis indiciamentos

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro nas últimas eleições municipais, foi intimado pela Polícia Federal (PF) a prestar depoimento na próxima terça-feira (5). Esta convocação ocorre no contexto de um inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado durante o governo anterior.

Aliado próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Ramagem está sendo chamado a esclarecer sua atuação enquanto diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Dessa forma, durante o período conturbado após as eleições de 2022. A PF está examinando possíveis conexões entre a Abin e os eventos que levantaram suspeitas sobre a tentativa de desestabilização do governo eleito.

Esclarecimentos

Além de Ramagem, a PF também agendou para quarta-feira (6) depoimentos de coronéis e um general que ainda não haviam prestado esclarecimentos sobre os acontecimentos em questão. Os investigadores marcaram esses novos testemunhos após analisar materiais apreendidos durante as investigações. Ainda, indicando que estão aprofundando a apuração de possíveis ligações entre militares e a trama supostamente conspiratória.

De acordo com informações veiculadas pela TV Globo, a PF já possui indícios de que Bolsonaro teve conversas com os comandantes das Forças Armadas sobre um documento conhecido como a “minuta do golpe”. Os aliados de Bolsonaro discutiram esse documento após sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições de 2022. Contudo, em um momento em que o antigo governo demonstrava resistência em aceitar o resultado das urnas.

Investigações e evidências

A expectativa é de que a PF finalize as investigações até o final deste mês. Após a conclusão, a Polícia Federal encaminhará os autos do inquérito ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). E, em seguida, à Procuradoria-Geral da República (PGR).

O Ministério Público Federal (MPF), contudo, decidirá se há evidências suficientes para solicitar o indiciamento dos envolvidos nas supostas irregularidades. Essa fase é crucial para determinar as responsabilidades e possíveis consequências legais. Dessa forma, para aqueles que possam ter participado de ações que ameaçaram a ordem democrática.