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Amazônia lidera número de queimadas em Outubro

Brasil contabiliza 267 focos de incêndio em 16 de outubro, segundo dados do sistema BDQueimadas do Inpe, divulgados em 17 de outubro.

queimadas Amazonas
queimadas Amazonas
  • O Brasil registrou 267 focos de incêndio em 16 de outubro de 2024, com a Amazônia concentrando 127 deles
  • O país enfrenta a pior seca em 75 anos, com a estiagem afetando severamente diversas regiões, especialmente a Amazônia, onde a seca já dura quase um ano
  • A combinação de fenômenos como o El Niño, o aquecimento anômalo das águas do Atlântico Tropical Norte e temperaturas globais recordes tem contribuído para a intensificação da seca
  • A crise climática não só aumenta os incêndios, mas também ameaça a segurança hídrica e a agricultura. Exigindo, assim, ações urgentes para mitigar os efeitos e proteger as comunidades vulneráveis

Em 16 de outubro, o Brasil registrou 267 focos de incêndio, de acordo com dados do sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados no dia seguinte. Embora o número represente uma queda em relação aos dias anteriores, que contabilizaram 994 focos no domingo (13). E, 643 na segunda-feira (14), a situação ainda é preocupante, especialmente considerando o histórico recente de queimadas no país.

Na terça-feira (15), os incêndios voltaram a aumentar, alcançando 913 focos. Todos os seis biomas brasileiros registraram incidências de fogo, mas a Amazônia se destacou. Ainda, concentrando 127 dos focos, o que equivale a 47,6% do total. Mato Grosso lidera entre os estados com o maior número de queimadas, com 74 focos detectados nas últimas 24 horas. Em seguida, aparecem o Amazonas, com 41, e o Pará, com 27.

Os dados de 2024 indicam um cenário alarmante: o Brasil encerrou agosto com o maior número de queimadas em 14 anos, totalizando 68.635 ocorrências, o quinto maior número desde o início da série histórica em 1998. Isso representa um aumento impressionante de 144% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Setembro, por sua vez, trouxe 83.157 focos de incêndio, marcando o mês com o maior número de queimadas do ano até agora. Foi o setembro mais crítico desde 2010, que registrou 109.030 focos. Comparado ao ano passado, que teve 46.498 incêndios em setembro, o crescimento foi de 78,74%.

Outubro: tradicional mês para queimadas

Tradicionalmente, outubro é um mês crítico para queimadas no Brasil, e até agora já acumulamos 18.264 focos em 2024, com um total de 228.472 ocorrências no ano. A situação exige atenção e ações efetivas para conter os incêndios. Além de mitigar os impactos ambientais e sociais que essa devastação provoca.

O Brasil enfrenta uma combinação alarmante de crises climáticas, incluindo um aumento acentuado nos focos de incêndio e a pior seca em 75 anos, de acordo com o Instituto Chico Mendes da Conservação e Biodiversidade (ICMBio). Essa situação crítica é agravada por uma estiagem que afeta severamente grande parte dos municípios, especialmente na região amazônica.

Embora a seca e a estiagem sejam fenômenos comuns durante o inverno brasileiro, que se estende de junho a setembro, a intensidade com que se manifestam neste ano é incomum e preocupante. Dois fatores principais contribuem para esse cenário adverso: as fortes ondas de calor e a antecipação da seca.

Desde o início da temporada, o Brasil registrou seis ondas de calor, conforme dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Em contrapartida, houve apenas quatro ondas de frio, o que destaca a desproporção no padrão climático deste ano. Além disso, em várias regiões do país, o período de seca começou antes do esperado. Na Amazônia, por exemplo, a estiagem intensificou-se quase um mês antes do previsto, já no início de junho, afetando as condições de vida local.

Seca prolongada e suas principais causas

Os municípios da região amazônica enfrentam uma seca prolongada que já dura cerca de um ano, caracterizada como a mais longa já registrada na área. Essa condição crítica traz preocupações não apenas sobre os incêndios, mas também sobre a segurança hídrica e a agricultura, que dependem de um clima equilibrado.

Três causas principais estão por trás dessa seca severa. A primeira é a intensidade do fenômeno El Niño, que altera o regime de chuvas, especialmente na América do Sul. O pico desse fenômeno ocorreu no início de 2024, afetando diretamente o início da seca. Em segundo lugar, o aquecimento anômalo das águas do Atlântico Tropical Norte tem impactado o clima, com temperaturas elevando-se entre 1,2 °C e 1,4 °C nos últimos dois anos. Por fim, as temperaturas globais também atingiram níveis recordes, com julho de 2024 marcando a maior temperatura já registrada na história, criando condições propícias para ondas de calor mais intensas.

Esses fatores climáticos interligados não apenas contribuem para a crise atual, mas também levantam preocupações sobre o futuro das políticas ambientais e de conservação no Brasil. É fundamental que medidas eficazes sejam implementadas para mitigar os impactos da seca e dos incêndios. Contudo, protegendo tanto a biodiversidade quanto as comunidades que dependem dos recursos naturais da região.

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