A companhia celebrou acordos com seus atuais detentores de títulos de dívida de até US$ 500 milhões em recursos adicionais.
Na segunda-feira (28), a Azul anunciou que celebrou acordos com seus atuais detentores de títulos de dívida de até US$ 500 milhões em recursos adicionais.
“Esse acordo fortalece consideravelmente a liquidez e a posição financeira da Azul e cristaliza o acordo previamente anunciado com arrendadores e fabricantes de equipamentos originais (OEMs) para eliminar as obrigações de equity em troca de 100 milhões ações preferenciais AZUL4”, destacou a companhia.
Segundo fato relevante, a operação será composta por:
- Acordo para os atuais credores fornecerem até US$ 500 milhões em nova dívida com garantias prioritárias, sendo US$ 150 milhões fornecidos esta semana e US$ 250 milhões antes do final do ano, com potencial para desbloquear US$ 100 milhões adicionais;
- Acordos para melhorar o fluxo de caixa da Azul em mais de US$ 150 milhões, reduzindo certas obrigações com arrendadores e OEMs nos próximos 18 meses;
- Esforço colaborativo para buscar melhorias adicionais no fluxo de caixa de aproximadamente US$ 100 milhões por ano; e
- Possível conversão de até US$ 800 milhões de dívida existente com garantia secundária em ações, condicionada à melhoria de US$ 100 milhões mencionada acima, levando a uma redução adicional de juros ao ano de quase US$100 milhões.
Alta nas ações: Ações da Azul (AZUL4) disparam mais de 10% após acordo com credores
A Azul (AZUL4) viu suas ações dispararem após o anúncio de acordos significativos com os detentores de títulos de dívida, permitindo à companhia garantir recursos adicionais. Na manhã desta segunda-feira (28), por volta das 10h20 (horário de Brasília), os papéis da empresa registravam uma alta de 10,45%, alcançando R$ 5,92.
Em uma análise intitulada “Pontuação do jogo: Azul 2 X recuperação judicial 0”, o Bradesco BBI antecipou uma reação positiva do mercado, ressaltando que os termos do acordo eliminam a necessidade de um processo de recuperação judicial do tipo Chapter 11 nos EUA. A instituição mantém uma recomendação de “outperform” (desempenho acima da média do mercado) e um preço-alvo de R$ 20,00 para as ações da aérea.
O que prevê o acordo?
O acordo prevê que os credores disponibilizem até US$ 500 milhões em nova dívida com garantias prioritárias. Com US$ 150 milhões a serem disponibilizados imediatamente e outros US$ 250 milhões até o final do ano, além de uma possibilidade de desbloquear até US$ 100 milhões adicionais. Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Azul destacou que essa medida fortalece sua liquidez e a posição financeira da companhia.
Além disso, o acordo inclui estratégias para melhorar o fluxo de caixa da Azul em mais de US$ 150 milhões ao reduzir obrigações com arrendadores e fabricantes de equipamentos originais (OEMs) nos próximos 18 meses. A empresa também está colaborando para implementar melhorias adicionais que possam resultar em cerca de US$ 100 milhões a mais por ano. Existe ainda a possibilidade de conversão de até US$ 800 milhões de dívida existente em ações, dependendo do alcance de melhorias financeiras.
Demais acordos comerciais
Vale destacar que, em 7 de outubro, a Azul havia firmado acordos comerciais com arrendadores e OEMs, abrangendo aproximadamente 98% das obrigações do instrumento de equity. Ainda, sujeito a certas condições e aprovações. Em troca da eliminação de sua participação proporcional nas obrigações de equity totalizando R$ 3,1 bilhões, esses credores receberão até 100 milhões de novas ações preferenciais em uma emissão única.
Os novos acordos estão condicionados ao recebimento dos recursos e à finalização da documentação necessária com arrendadores e OEMs. Dessa forma, representando um passo importante para a recuperação e crescimento da Azul no mercado aéreo.