- Preço das carnes bovinas em SP subiu 6% em outubro.
- Inflação do churrasco elevou o Índice de Preços dos Supermercados para 0,88%.
- Aumento de 7,17% no preço das carnes no acumulado de 12 meses.
- Acém (+9,65%), músculo (+8,37%) e coxão duro (+6,68%) foram os cortes mais caros.
- Picanha subiu 2,78%, fraldinha 1,57% e alcatra 5,69%.
- Alta atribuída à valorização do dólar e aumento da demanda interna.
- Bebidas alcoólicas tiveram deflação de 0,14%.
O preço das carnes bovinas registrou uma alta de 6% no estado de São Paulo, impulsionando a inflação do churrasco no mês de outubro, segundo dados do Índice de Preços dos Supermercados (IPS) divulgado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Essa elevação representa a maior variação nos preços das proteínas desde dezembro de 2019, evidenciando o impacto direto no bolso dos consumidores paulistas.
O aumento no preço das carnes bovinas foi um dos principais responsáveis pela elevação do índice geral de preços no mês de outubro, que subiu de 0,56%, em setembro, para 0,88%. A alta nas proteínas de origem animal, que tem se mantido em trajetória crescente, refletiu no orçamento doméstico, especialmente para aqueles que fazem do churrasco um hábito comum.
No acumulado de 12 meses, a carne bovina teve um aumento expressivo de 7,17%, superando o índice geral da inflação, que ficou em 5,50%. De acordo com os cálculos da Apas, os cortes de carne mais procurados pelos consumidores, como o acém, o músculo e o coxão duro, foram os que mais pesaram no bolso. O acém, por exemplo, apresentou uma alta de 9,65%, seguido pelo músculo, com 8,37%, e pelo braço, com 7,75%. Já o coxão duro teve um aumento de 6,68%.
A picanha, considerada a estrela do churrasco, subiu 2,78% no último mês. Outros cortes populares, como a fraldinha e a alcatra, também tiveram aumentos, de 1,57% e 5,69%, respectivamente. Esses ajustes nos preços das carnes impactam diretamente no custo do churrasco, tornando a confraternização tradicionalmente brasileira mais cara para os consumidores paulistas.
Além disso, o cenário de crescimento econômico, impulsionado pela queda do desemprego e aumento do consumo doméstico, também tem influenciado o aumento da demanda interna por carne. A recuperação econômica, embora ainda gradual, elevou o poder de compra da população, reforçando a pressão sobre os preços das carnes.
Bebidas alcoólicas
Enquanto as carnes subiram, um item tradicional do churrasco teve uma variação diferente: as bebidas alcoólicas. De acordo com a pesquisa, as bebidas alcoólicas apresentaram uma deflação de 0,14% em outubro, sendo a única categoria a registrar queda no período. Este movimento atenua, em parte, o impacto da alta das carnes, embora não seja suficiente para contrabalançar o aumento geral no custo do churrasco.
O Índice de Preços dos Supermercados, responsável pela análise dos preços de 225 itens em seis categorias, reflete uma tendência de alta nos preços das proteínas, que tem se intensificado nos últimos meses. Para os consumidores de São Paulo, a variação nos preços das carnes pode ser um indicativo de que o planejamento do orçamento para eventos como churrascos precisa ser revisto, uma vez que o custo da carne deve continuar a ser um dos principais fatores de pressão inflacionária nos próximos meses.