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Estrangeiros já retiraram R$ 28,6 bi da bolsa do Brasil em 2024

carteira do Ibovespa B3
carteira do Ibovespa B3

A saída de recursos estrangeiros é a mais intensa desde 2020, o 1º ano da pandemia.

Nos últimos dias, foi informado que os investidores estrangeiros já retiraram R$ 28,6 bilhões da B3, de janeiro a setembro de 2024. Em setembro, foram retirados R$ 2,0 bilhões – o que representa o 7º mês de saldo negativo em capital internacional.

Segundo informações, a saída de recursos estrangeiros é a mais intensa desde 2020, o 1º ano da pandemia. A participação dos agentes internacionais tem sido diferente neste ano em relação a 2023. De janeiro a setembro do ano passado, o B3 teve entrada líquida de R$ 9,2 bilhões em capital externo.


Dólar dispara e estrangeiros aumentam aposta contra real


Investidores estrangeiros estão adotando uma postura cada vez mais cautelosa em relação ao Brasil, diante da crescente preocupação com a possível desvalorização do real. Dados recentes revelam que o montante movimentado em contratos de proteção contra variações cambiais atingiu o recorde de US$ 78,9 bilhões na última terça-feira (18).

Essa alta histórica reflete a busca intensificada por estratégias de hedge, uma medida de proteção frequentemente utilizada em momentos de incerteza econômica. Especificamente, os investidores estão se posicionando para lucrar com a possível desvalorização do real em relação ao dólar, ou para se proteger contra essa mesma variação.

O aumento nas posições de hedge coincide com uma deterioração na percepção de risco em relação à economia brasileira. Questões fiscais têm sido um ponto crítico, com mudanças na meta fiscal para 2025 e preocupações persistentes sobre a capacidade do governo em controlar o déficit público. Especialistas apontam que desde abril deste ano, quando as mudanças na política fiscal foram anunciadas, houve um claro movimento de investidores estrangeiros buscando segurança nos mercados cambiais.

Além das questões fiscais, decisões recentes do Banco Central do Brasiltambém contribuíram para o clima de incerteza. A redução da taxa básica de juros em uma reunião controversa em maio gerou dúvidas sobre a consistência das políticas monetárias do país. Declarações políticas, incluindo comentários do presidente Lula da Silva sobre estratégias para o crescimento econômico, e críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, exacerbaram ainda mais as preocupações dos investidores estrangeiros.

Analistas do setor financeiro observam que o cenário de aumento nas posições de hedge reflete não apenas especulações sobre a direção futura do câmbio, mas também uma resposta defensiva à volatilidade econômica e política no Brasil. Em um ambiente global de maior aversão ao risco, investidores estão ajustando suas estratégias para proteger seus investimentos contra potenciais perdas em mercados emergentes, como o Brasil.

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