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G20 retoma foco nas mudanças climáticas antes da nova “Era Trump”, entenda

Líderes globais buscam avançar negociações climáticas e garantir acordos cruciais antes de possível reversão das políticas dos EUA sob Trump.

G20
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  • Líderes do G20 discutem ações para combater a mudança climática e aumentar o financiamento climático antes da possível volta de Trump à presidência
  • O G20 pediu mais recursos para países em desenvolvimento, mas ainda há divergências sobre quem deve contribuir
  • O G20 se comprometeu a avançar nas negociações para um tratado vinculativo sobre poluição plástica até o final de 2024

Nesta terça-feira (19), os líderes do G20, as 20 maiores economias do mundo, se reuniram para discutir o desenvolvimento sustentável e a transição para fontes de energia mais limpas, com o objetivo de reforçar as negociações para combater o aquecimento global. O foco da cúpula é aumentar as chances de um acordo bem-sucedido nas negociações climáticas da ONU, previstas para ocorrer no Azerbaijão, onde a COP29 busca avançar nas medidas globais para enfrentar a crise climática.

Com o mundo se aproximando de um ano potencialmente recorde de calor, os líderes estão sob pressão para tomar decisões que garantirão o futuro do planeta, especialmente com a iminente possibilidade de uma nova presidência de Donald Trump nos Estados Unidos.

Desafios na COP29 e a pressão sobre os líderes do G20

Antes da cúpula, o anfitrião da COP29, o Azerbaijão, fez um apelo urgente para que os países do G20 enviassem um sinal positivo sobre a necessidade de agir em relação às mudanças climáticas. O apelo visa garantir mandatos claros que possam ajudar a desbloquear as negociações que estão estagnadas em Baku, onde os países tentam chegar a um consenso sobre como enfrentar o aquecimento global.

A pressão é ainda maior com a perspectiva de que Trump possa retornar à presidência dos EUA em janeiro de 2025, revertendo políticas ambientais e, possivelmente, retirando os Estados Unidos do Acordo de Paris sobre mudança climática.

O Acordo de Paris, que visa limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, tem sido uma pedra angular dos esforços globais contra as mudanças climáticas. No entanto, a possível decisão de Trump de sair do pacto, como fez durante seu primeiro mandato, representa um retrocesso significativo nos esforços globais.

Por isso, os líderes do G20 estão se esforçando para garantir avanços significativos nas negociações climáticas antes que uma possível mudança de postura dos Estados Unidos complique ainda mais o progresso.

O compromisso com o financiamento climático

Em uma declaração conjunta divulgada na segunda-feira (18), os líderes do G20 destacaram a necessidade de um “aumento rápido e substancial do financiamento climático de bilhões para trilhões de dólares de todas as fontes” para responder à crise climática. Esse financiamento seria fundamental para apoiar os países em desenvolvimento, que enfrentam os maiores impactos das mudanças climáticas, mas carecem de recursos para implementar soluções eficazes.

Durante a cúpula, os líderes concordaram que os negociadores da COP29 precisam chegar a um acordo sobre uma nova meta financeira para os países ricos fornecerem apoio financeiro aos países em desenvolvimento.

No entanto, a declaração do G20 não especificou um valor claro para o financiamento climático, deixando a questão em aberto para as negociações em Baku. Economistas sugerem que a meta mínima de financiamento anual deve ser de pelo menos US$ 1 trilhão. Contudo, essa questão continua sendo um ponto de impasse, já que os países desenvolvidos, incluindo nações europeias, defendem que países em desenvolvimento mais ricos, como a China e nações do Oriente Médio, também deveriam contribuir de forma mais significativa.

Já os países em desenvolvimento, como o Brasil, argumentam que os países ricos, historicamente os maiores emissores de gases de efeito estufa, devem ser os principais responsáveis pela solução financeira.

O papel do Brasil e a urgência da ação

O Brasil, anfitrião do encontro, tem se destacado na defesa de ações mais contundentes no combate às mudanças climáticas. Durante a abertura da cúpula, o presidente Lula reiterou a urgência de tratar a mudança climática, destacando os impactos globais já visíveis e a necessidade de uma ação imediata.

As nações do G20, que representam 85% da economia mundial e mais de três quartos das emissões de gases de efeito estufa, são vistas como cruciais para o sucesso das negociações globais.

Além das questões climáticas, os líderes do G20 também se comprometeram a avançar nas negociações sobre a poluição plástica. O objetivo é chegar a um tratado internacional juridicamente vinculativo até o final de 2024, com as negociações retomando na próxima semana, após mais de dois anos de discussões.

A meta é encerrar as negociações e estabelecer um marco global que busque reduzir a poluição plástica, um problema crescente para os ecossistemas marinhos e terrestres.

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