Bancos e Fintechs

Justiça obriga morador do Acre a devolver R$ 25 mil de Pix errado

O valor recebido pelo homem foi enviado indevidamente por meio do Pix pela corretora de criptomoedas Capitual.

Desenrola Dívidas
Desenrola Dívidas

Um homem de 36 anos, residente no Acre, está sendo obrigado pela justiça a devolver R$ 25.384,00, valor recebido indevidamente por um Pix enviado por engano pela corretora de criptomoedas Capitual. O caso, ocorrido em novembro de 2023, revelou uma falha incomum no sistema de chaves Pix, onde duas pessoas possuíam a mesma sequência de caracteres cadastrada, mas em categorias diferentes (CPF e número de telefone).

A confusão começou quando a Capitual, ao tentar transferir o valor para um cliente legítimo, acabou enviando o montante para outro usuário. O problema decorreu do fato de que a chave Pix do destinatário correto era um número de telefone, cuja sequência de dígitos coincidia com o CPF do homem acreano que recebeu o dinheiro.

Ao notar o erro, a corretora entrou em contato com o recebedor para solicitar a devolução dos valores. Contudo, mesmo após várias tentativas de diálogo, o homem recusou-se a devolver a quantia e chegou a responder um e-mail da empresa apenas com um lacônico “Olá”.

Capitual recorre à justiça para reaver os valores

Sem sucesso nas tentativas amigáveis, a Capitual acionou o poder judiciário. No processo, a corretora explicou o ocorrido e pediu, como medida de urgência, o bloqueio de bens e valores do réu, além da devolução integral do montante recebido indevidamente.

A justiça não atendeu imediatamente ao pedido de urgência, mas determinou posteriormente o bloqueio de aproximadamente R$ 1 mil nas contas bancárias do réu. Além disso, o homem terá que devolver a quantia total, corrigida monetariamente e com acréscimo de juros.

Condições para pagamento da dívida

Considerando que o acreano paga pensão alimentícia para sua filha, a juíza responsável pelo caso estabeleceu um limite para o pagamento mensal da dívida: R$ 995,36. Dessa forma, ele terá que quitar o valor em parcelas, até a devolução completa.

Falha no sistema do Pix levanta questionamentos

O caso também reacende debates sobre possíveis falhas no sistema Pix. Embora seja um dos métodos de pagamento mais utilizados e confiáveis no Brasil, a situação revela que erros causados por chaves duplicadas em categorias distintas podem gerar prejuízos e disputas judiciais.

Conscientização sobre devolução de valores recebidos por engano

De acordo com especialistas jurídicos, receber valores indevidos e não devolvê-los pode configurar enriquecimento ilícito, o que é vedado pela legislação brasileira. Assim, casos como este reforçam a importância de devolver qualquer montante recebido equivocadamente, especialmente para evitar sanções judiciais.

O episódio serve de alerta tanto para instituições financeiras quanto para usuários do sistema Pix, destacando a necessidade de maior atenção na gestão de chaves e transferências para evitar problemas similares no futuro.