O relatório do banco JPMorgan revelou que o lucro dos mineradores de Bitcoin caiu pelo quarto mês consecutivo em outubro. O principal motivo apontado é o aumento da competição no setor, evidenciado pelo crescimento contínuo da taxa de hash da rede, que alcançou 803 exahashes por segundo em 30 de outubro, o maior nível registrado na história da criptomoeda.
Apesar de o preço do Bitcoin ter subido 15,5% no mês e estar cotado em torno de US$ 69.800, a crescente dificuldade em minerar blocos está impactando a lucratividade. A recompensa base de 3,125 bitcoins por bloco tem se tornado mais difícil de ser conquistada devido à competição intensa e ao aumento da potência computacional.
Outro ponto destacado no relatório do JPMorgan, compartilhado pelo CoinDesk, é a pressão sobre os mineradores devido às baixas taxas de transação, que atualmente variam entre 2 a 12 sat/vByte. Embora os Runes tenham inicialmente sido vistos como uma solução para impulsionar a lucratividade após o halving, essa tendência perdeu força rapidamente, deixando as mineradoras novamente em uma situação desafiadora.
Lucro restrito a poucos modelos de ASICs
Dados publicados pela F2Pool mostram que apenas 13 modelos de ASICs continuam gerando lucro aos mineradores, levando em conta um custo de energia de US$ 0,07 por kWh e o preço atual do Bitcoin. No entanto, o relatório da CoinShares aponta que o custo da eletricidade é apenas uma das despesas enfrentadas pelas mineradoras. Os custos administrativos e a depreciação dos equipamentos representam grandes desafios, limitando ainda mais o número de empresas que conseguem operar de forma sustentável.
De acordo com Reginald Smith e Charles Pearce, analistas do JPMorgan, a média móvel de sete dias da taxa de hash da rede no final de outubro foi de 748 EH/s, um aumento de 18% em relação ao mês anterior e 62% comparado ao mesmo período de 2023. Esses números ilustram a intensificação da competição e como ela está impactando o setor.
Perspectivas futuras com as eleições americanas
O preço do Bitcoin pode ter uma nova alta dependendo do resultado das eleições presidenciais americanas, de acordo com outro relatório do JPMorgan. A expectativa de uma vitória de Donald Trump pode impulsionar o mercado de criptomoedas e do ouro, segundo os analistas.
“O potencial adicional de alta para os preços do bitcoin e do ouro em um cenário de vitória de Trump está associado à inspiração dos investidores de varejo em adotar ativos de risco e a ‘estratégia de desvalorização’ do dólar”, destacaram os analistas, conforme reportado pelo The Block. Isso reflete uma percepção de que uma eventual vitória de Trump poderia levar a políticas econômicas que beneficiem esses ativos.
Além do Bitcoin, outras criptomoedas, como as relacionadas à inteligência artificial (IA) e memecoins, também estão ganhando atenção pré-eleições, indicando um aumento na busca por ativos digitais mais especulativos e voláteis.