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Oi (OIBR3) formaliza migração para o regime privado de telecomunicações

Acordo de autocomposição marca o fim das concessões públicas e abre caminho para reestruturação financeira e venda de ativos da empresa.

Arte: GDI
Arte: GDI
  • A Oi (OIBR3) assinou termo para migrar do regime público de concessão de telefonia fixa para o regime privado, encerrando os contratos de concessão do STFC
  • Com a transição, a Oi poderá reduzir custos e adaptar suas estratégias operacionais, sem as restrições do regime público
  • A mudança facilita a aceleração da venda de ativos imobiliários da empresa, parte de sua recuperação financeira
  • A Oi busca se reposicionar no mercado, focando em serviços de internet e dados, aproveitando sua infraestrutura de fibra ótica

A Oi (OIBR3), em processo de recuperação judicial, anunciou nesta terça-feira (26) a assinatura do termo único de autorização para a exploração de serviços de telecomunicações, marcando a migração oficial da empresa do regime público para o regime privado de prestação de serviços. Esse movimento ocorre no âmbito da reestruturação financeira da companhia, que busca equilibrar suas finanças e retomar sua trajetória de crescimento.

O termo assinado pela operadora encerra oficialmente os contratos de concessão do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), o que significa que a Oi deixa de ser uma concessionária pública para operar sob as mesmas condições de outros players privados do setor. Essa mudança é uma das etapas finais do processo de reestruturação da empresa, que ainda está em recuperação judicial desde 2016. Com a transição, a Oi poderá atuar com mais flexibilidade na prestação dos serviços, o que inclui a redução de custos e a aceleração na venda de ativos.

Fim da concessão pública e transição para o setor privado

A migração do regime de concessão pública para privado representa uma reconfiguração significativa para a Oi, que, até então, era uma das últimas operadoras de telefonia fixa no Brasil a manter um contrato de concessão pública para o serviço de telefonia fixa. A mudança foi um dos pontos acordados no processo de autocomposição com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e visa facilitar a adaptação da empresa ao novo cenário do mercado de telecomunicações, que é cada vez mais dominado por empresas privadas.

O encerramento da concessão do STFC e a transição para o regime privado permitem que a Oi tenha maior liberdade operacional, podendo ajustar suas estratégias de forma mais ágil, sem as obrigações e restrições impostas pelo regime público. Essa mudança também pode ser vista como uma resposta aos desafios impostos pela queda no número de assinantes de telefonia fixa e pela necessidade de adaptar a oferta de serviços às novas demandas dos consumidores.

Impactos na reestruturação econômico-financeira

A formalização da migração para o regime privado também representa um marco importante na recuperação financeira da Oi. Com a nova autorização, a empresa terá condições de reestruturar suas finanças, reduzindo os custos relacionados à prestação de serviços de telefonia fixa. Essa redução de custos, por sua vez, pode contribuir para melhorar a competitividade da operadora, ajudando-a a se manter no mercado de telecomunicações em um cenário de grande competitividade.

Além disso, a mudança de regime também abre portas para acelerar o processo de venda de ativos imobiliários da Oi. A operadora já vinha se desfazendo de diversos ativos como parte de sua estratégia de recuperação, e a flexibilização do regime de concessão poderá facilitar a venda de mais imóveis e outros ativos da empresa, um movimento essencial para a melhoria do seu fluxo de caixa e para o pagamento das dívidas acumuladas durante os anos de dificuldades financeiras.

O futuro da Oi no setor de telecomunicações

Com a migração para o regime privado, a Oi poderá focar suas operações em segmentos mais lucrativos do mercado de telecomunicações, como o fornecimento de serviços de internet banda larga e telefonia móvel. A empresa já vinha investindo em sua infraestrutura de fibra ótica e tentando expandir sua atuação no mercado de dados, um segmento com grande potencial de crescimento no Brasil.

O mercado de telecomunicações brasileiro passa por uma transformação significativa, com empresas privadas dominando o setor e ampliando suas ofertas de serviços. A Oi, que no passado teve um papel importante como operadora de telefonia fixa, está buscando se reposicionar no mercado, aproveitando sua infraestrutura existente para expandir sua oferta de serviços de alta velocidade e de dados. A migração para o regime privado é vista como uma forma de ajustar a empresa a esse novo cenário, permitindo-lhe ser mais ágil e eficiente na competição com grandes operadoras do setor.

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