Hoje, o Bitcoin (BTC) alcançou um novo recorde, superando a marca de US$ 80.000 (aproximadamente R$ 463.814), continuando sua trajetória de valorização impulsionada pela expectativa positiva dos investidores sobre um possível retorno de Donald Trump à Casa Branca. Desde que surgiram as primeiras sinalizações sobre a vitória de Trump nas eleições presidenciais dos EUA, na quarta-feira (6), o Bitcoin registrou uma alta de mais de 15%. Ao longo de 2024, a criptomoeda já acumula uma valorização impressionante de 85%, muito superior ao crescimento do S&P 500, que subiu 26% no mesmo período.
A mudança de postura de Trump sobre as criptomoedas
A valorização do Bitcoin aponta para as expectativas de um governo mais favorável às criptomoedas sob a liderança de Trump. Embora Trump tenha sido inicialmente cético em relação ao Bitcoin, chegando a dizer que a criptomoeda era “baseada no nada”, ele mudou de postura nos últimos meses, abraçando totalmente o mercado de criptoativos. Em agosto, Trump afirmou que as criptomoedas poderiam “definir o futuro” e expressou seu desejo de que fossem “mineradas, cunhadas e feitas nos EUA”.
Trump também propôs a criação de um estoque estratégico nacional de Bitcoin, algo similar à reserva estratégica de petróleo dos EUA. Sua ideia envolve a compra e o investimento direto em criptomoedas, posicionando-as como uma medida de segurança nacional. A proposta gerou ainda mais otimismo entre os investidores, reforçando a ideia de que, sob sua administração, o mercado cripto seria mais regulado de forma positiva, o que tem sido um dos principais impulsionadores da alta recente do Bitcoin.
A influência de Elon Musk e o apoio às criptomoedas
Outro fator que impulsionou a alta do Bitcoin foi o apoio contínuo de Elon Musk, um dos maiores defensores das criptomoedas, e um aliado visível de Trump. Musk, que tem uma relação estreita com o ex-presidente, também é um notório investidor em criptomoedas, sendo o maior fã do Dogecoin. No domingo, o Dogecoin subiu mais de 20% e continuou sua valorização durante a semana passada, refletindo o clima positivo que tomou conta do mercado cripto.
A postura cética do governo Biden em relação às criptomoedas
Em contraste, o governo de Joe Biden tem adotado uma postura mais cética em relação às criptomoedas. O presidente da Securities and Exchange Commission (SEC), Gary Gensler, tem sido um crítico aberto das criptomoedas, alertando sobre fraudes e abusos no mercado. Gensler afirmou, em 2021, que as criptomoedas estavam “cheias de fraudes, golpes e abusos” e intensificou a regulação sobre o setor, processando empresas de criptomoedas e tratando o mercado com desconfiança.
A SEC também tem trabalhado em estreita colaboração com o Departamento de Justiça para investigar fraudes no setor, com destaque para o caso de Sam Bankman-Fried, ex-CEO da FTX, que foi um dos principais alvos da agência. No entanto, mesmo com a postura regulatória rigorosa, Gensler aprovou o primeiro fundo negociado em bolsa (ETF) de Bitcoin, permitindo que investidores adicionassem criptomoedas às suas contas de aposentadoria.
Impactos de uma possível mudança regulatória
Em janeiro de 2024, a conta X de Gensler foi hackeada e, durante o ataque, uma postagem falsa indicou que o tão esperado ETF de Bitcoin estava aberto para negociação. O incidente causou um pico temporário nas criptomoedas, demonstrando o impacto significativo que qualquer sinal de flexibilização ou novidade regulatória pode ter sobre o mercado de criptoativos.
O cenário regulatório dos EUA, especialmente com o governo de Trump e as ações da SEC, continua a ser um fator chave para o mercado de criptomoedas. A mudança de postura de Trump, em contraste com as políticas mais restritivas de Biden, está moldando as expectativas para o futuro do Bitcoin e outras criptos, com investidores mais otimistas diante de um possível cenário de maior aceitação e regulamentação favorável às criptomoedas.