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Petróleo opera em forte queda: entenda o motivo

Petróleo registra queda acentuada após furacão Rafael e decepção com pacote de dívida da China

Arte: GDI
Arte: GDI

Os preços do petróleo sofreram uma queda significativa nesta segunda-feira (11), ampliando as perdas observadas pela manhã. À medida que os riscos de interrupções no fornecimento, causados pelo furacão Rafael, diminuíram e os mercados reagiram negativamente ao pacote de dívida da China, o petróleo passou a operar em forte baixa. Por volta das 15h56 (horário de Brasília), o preço do petróleo Brent, para entrega em janeiro, recuava 2,75%, cotado a US$ 71,84 por barril, enquanto o petróleo WTI, negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex) para dezembro, apresentava queda de 3,11%, sendo negociado a US$ 68,19 por barril.

O movimento de desvalorização do petróleo ocorre após o enfraquecimento do furacão Rafael, que provocou a interrupção de parte da produção nos Estados Unidos. De acordo com a agência Dow Jones, cerca de 27% da produção de petróleo e 16% da produção de gás natural no Golfo do México haviam sido paralisadas desde domingo (10) devido aos efeitos da tempestade. No entanto, com a perda de força do furacão, a produção começa a retornar gradualmente aos níveis normais, aliviando os temores de uma interrupção prolongada no fornecimento.

Além dos fatores climáticos, o mercado também reagiu com frustração ao pacote de medidas anunciadas pela China na semana passada. A principal expectativa era a adoção de estímulos fiscais para impulsionar a economia do país, mas o governo chinês surpreendeu os analistas ao revelar um grande programa de troca de dívida sem oferecer novos estímulos fiscais diretos. A falta de medidas adicionais de estímulo gerou decepção nos mercados, que esperavam uma ação mais incisiva por parte do governo chinês para apoiar a recuperação econômica.

Analistas da casa de análises ANZ afirmam que a falta de um estímulo fiscal direto “deixa espaço para avaliar o impacto das políticas que o próximo governo dos Estados Unidos introduzirá”. A China, maior importadora de petróleo do mundo, desempenha um papel fundamental na demanda global pela commodity, e qualquer sinal de enfraquecimento de sua economia impacta diretamente os preços do petróleo. Em 2023, o país representou cerca de 14% da demanda global de petróleo, e seu crescimento econômico é crucial para o equilíbrio do mercado.

Os preços do petróleo Brent e WTI, que haviam se aproximado dos US$ 80 por barril no final de outubro, agora enfrentam uma pressão baixista em meio a esses fatores. O impacto da desaceleração econômica na China, combinado com a retomada da produção nos Estados Unidos após os efeitos do furacão, pesaram sobre as expectativas dos investidores, que reavaliaram suas projeções para o mercado de petróleo nos próximos meses.

Ainda assim, o petróleo permanece em um cenário volátil, com os preços flutuando entre as preocupações geopolíticas e os desenvolvimentos econômicos globais. A expectativa agora é de que os investidores aguardem sinais mais claros do impacto das políticas econômicas do governo chinês, assim como a evolução da produção de petróleo no Golfo do México, antes de tomar novas decisões.

Fatores de risco e expectativas para o mercado de petróleo

A combinação de fatores de risco, como desastres naturais e políticas econômicas de grandes economias, continua a desafiar os preços do petróleo. Analistas destacam que, embora a situação no Golfo do México esteja se estabilizando, os mercados estão atentos aos desdobramentos econômicos da China e à possibilidade de novos estímulos fiscais, que poderiam impulsionar a demanda pela commodity. O mercado de petróleo, portanto, segue incerto, com os preços vulneráveis a qualquer novo desenvolvimento relevante no cenário global.

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