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Tether lançará nova stablecoin para substituir USDT

Tether lançará uma nova stablecoin para a Europa em conformidade com o MiCA, substituindo a USDT no mercado.

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A Tether, maior emissora de stablecoins do mercado, anunciou o lançamento de uma nova criptomoeda estável, especialmente adaptada para o mercado da União Europeia (UE). O anúncio foi feito pelo CEO da empresa, Paolo Ardoino, que confirmou que a nova stablecoin será lançada para atender às exigências do Regulamento para o Mercado de Criptoativos (MiCA), que entrará em vigor no final de 2024.

Com a implementação do MiCA, todas as stablecoins negociadas dentro da UE precisarão de registro prévio e devem estar em conformidade com as rígidas regras impostas pelo bloco. Isso afetará diretamente a circulação da popular USDT, vinculada ao dólar, que atualmente é a stablecoin mais utilizada no mercado global. Ardoino confirmou que, com a entrada em vigor da nova regulamentação, a USDT deixará de circular na Europa, sendo substituída por uma stablecoin específica para a região.

A decisão ocorre em um momento de grande mudança regulatória no mercado europeu de criptomoedas, especialmente com o MiCA trazendo mais segurança e transparência para os ativos digitais. A partir de 30 de dezembro de 2024, as stablecoins negociadas na UE deverão cumprir critérios rigorosos de conformidade, o que inclui requisitos sobre infraestrutura bancária e mitigação de riscos financeiros.

Diversas exchanges de criptomoedas que operam na Europa, como a Coinbase, já começaram a se preparar para essas mudanças. Algumas, inclusive, já anunciaram a retirada de ativos que não atendem às novas regras, como a USDT. Isso torna o lançamento de uma nova stablecoin pela Tether não apenas uma adaptação necessária, mas também uma oportunidade estratégica para continuar liderando o mercado de stablecoins na região.

Stablecoin da Tether para a Europa

Paolo Ardoino destacou que a regulamentação MiCA, embora necessária para criar um ambiente mais seguro, traz desafios significativos para o funcionamento das stablecoins. Um dos principais pontos de preocupação é a adequação à infraestrutura bancária local, o que pode dificultar a operacionalidade desses ativos no bloco europeu.

Mesmo assim, Ardoino afirmou que a Tether está desenvolvendo uma solução tecnológica sob medida para garantir que sua nova stablecoin esteja em total conformidade com o MiCA. A empresa está comprometida em lançar um produto que não apenas satisfaça as exigências regulatórias, mas também ofereça uma solução eficaz e prática para os usuários europeus.

“Estamos trabalhando em um produto que atenderá às necessidades regulatórias e de mercado da União Europeia, e estamos animados com essa estratégia”, declarou Ardoino. Ele acrescentou que a nova stablecoin será lançada antes do final do ano, permitindo uma transição suave para os usuários que já utilizam a USDT.

Reação da indústria e especialistas

A iniciativa da Tether de criar uma stablecoin adaptada à Europa foi elogiada por especialistas do setor. Cristina Carrascosa, advogada espanhola especializada em criptoativos, afirmou que essa mudança pode ser um avanço significativo para a Tether no cumprimento das normas da UE. Carrascosa destacou que muitos duvidavam da capacidade da Tether de adaptar sua operação às rígidas exigências do MiCA, mas a criação de um token específico para o mercado europeu demonstra a disposição da empresa em se ajustar às novas regras.

“O desenvolvimento de uma stablecoin adaptada para a União Europeia é uma jogada inteligente da Tether. O MiCA impõe requisitos desafiadores, mas essa nova proposta mostra que a empresa está pronta para se manter relevante no mercado regulado europeu”, disse Carrascosa.

A nova regulamentação MiCA é vista como um marco para o mercado de criptoativos na Europa. Ela busca trazer mais proteção para os consumidores e estabelecer diretrizes claras para a operação de stablecoins e outras criptomoedas. A criação de uma stablecoin regulamentada é crucial para que empresas como a Tether continuem operando em um mercado tão estruturado como o europeu, onde a transparência e o cumprimento de normas são fundamentais para garantir a confiança dos investidores e reguladores.

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