O Banco Central do Equador (BCE) manifestou sua crescente preocupação com a negociação de criptomoedas entre a população equatoriana, emitindo um novo alerta nesta segunda-feira (12). O BCE ressaltou que a moeda de curso legal no Equador é o dólar dos Estados Unidos, e todas as transações financeiras e registros contábeis no país devem ser expressos nessa moeda.
Em sua nota oficial, o BCE afirmou que as criptomoedas não possuem curso legal no Equador e não são meios de pagamento eletrônico autorizados no país.
“Com base na regulamentação mencionada, os criptoativos não têm curso legal em nosso país, nem são meio de pagamento eletrônico autorizado em nível nacional”, declarou a autoridade financeira.
Riscos de perdas nas negociações de criptomoedas
O BCE também alertou sobre os riscos associados à negociação de criptomoedas, destacando a possibilidade de grandes perdas financeiras devido à volatilidade desses ativos.
“Alertamos os cidadãos que a negociação de criptoativos pode gerar grandes perdas devido à sua elevada volatilidade derivada da sua natureza especulativa”, afirmou o banco, mencionando as quedas significativas nos preços das criptomoedas nos mercados internacionais como evidência dos riscos.
Além disso, o BCE lembrou que a utilização de criptomoedas como meio de pagamento pode levar a investigações e sanções para indivíduos e empresas, visto que esses ativos não são reconhecidos como meios de pagamento autorizados no Equador.
Chegada da Worldcoin e o novo alerta do BCE
Embora o BCE não tenha especificado a razão exata para o aumento do tom contra as criptomoedas, a chegada da Worldcoin no país em julho de 2024 pode ter influenciado a decisão. A criptomoeda, criada pelo fundador do ChatGPT, tem gerado preocupações globais devido à prática de escanear a íris de indivíduos em diversos países, sem solicitar permissões adequadas.
A Worldcoin afirma ter 6,5 milhões de usuários cadastrados, conforme divulgado em seu site em 13 de agosto de 2024. A chegada desta criptomoeda no Equador pode ter acelerado a necessidade de o BCE reforçar os alertas sobre os riscos e a ilegalidade das transações com criptoativos no país.
Maduro bloqueia acesso à Binance na Venezuela
Outro país que também se posicionou contra as criptomoedas foi a Venezuela, onde no último sábado (10), a Binance confirmou em uma publicação nas redes sociais que o Governo do país, sob o comando do ditador Nicolás Maduro, bloqueou o acesso de investidores à sua plataforma. A medida faz parte de um esforço maior para controlar o fluxo de informações e amenizar a pressão internacional sobre as alegações de fraudes eleitorais que pairam sobre as recentes eleições presidenciais no país.
Maduro, que afirma ter vencido as eleições realizadas no final de julho de 2024, não apresentou as atas eleitorais que comprovariam sua vitória. A oposição, por sua vez, alega ter provas de que Maduro foi derrotado, o que tem gerado tensão política e internacional.
Com o bloqueio, diversos investidores venezuelanos relatam dificuldades em acessar suas contas na Binance, a maior plataforma de negociação de criptomoedas do país. A Binance confirmou o problema e garantiu que os fundos dos usuários estão seguros, destacando que o bloqueio afeta não apenas corretoras de criptomoedas, mas também diversas redes sociais.
Em nota pública, a Binance comunicou:
“Caros Binancers, assim como diversos sites de empresas de diversos segmentos na Venezuela, inclusive redes sociais, as páginas da Binance têm enfrentado restrições de acesso. Queremos garantir que seus fundos estão seguros sob nossos robustos protocolos de segurança. Compreendemos o inconveniente e a preocupação que esta situação pode causar. Estamos monitorando a situação de perto para resolvê-la da melhor e mais rápida maneira possível. Sinceramente, A equipe Binance.”