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Uma investigação conduzida por desenvolvedores, a pedido do BeInCrypto Brasil, revelou que o token Nucoin, lançado pelo Nubank em parceria com a Polygon, supostamente nunca passou pelo processo de deploy completo, o que significa que a criptomoeda nunca teria existido de maneira funcional em uma blockchain. A apuração foi motivada por reclamações de consumidores após o Nubank anunciar mudanças no programa de recompensas associado ao token.
O processo de deploy, essencial para que um software ou token esteja disponível para uso em diferentes ambientes, não foi identificado por desenvolvedores em relação à Nucoin. Segundo especialistas consultados, não há evidências de que o token tenha sido transacionado em uma blockchain, conforme anunciado em seu lançamento. Eles observaram a ausência de informações técnicas importantes, como número de blocos, contratos inteligentes e endereços na blockchain.
A Nucoin foi lançada em outubro de 2022 como um utility token com base na tecnologia Polygon. Ela fazia parte de um programa de recompensas do Nubank, distribuído via airdrops, campanhas promocionais e cashback para os clientes do Cartão Nubank. No entanto, desenvolvedores investigaram o histórico do token e não encontraram qualquer indício de sua operação em uma blockchain pública.
Falhas no deploy e reclamações de clientes
Desenvolvedores relataram que, ao tentar encontrar vestígios da Nucoin na blockchain da Polygon, não conseguiram identificar elementos essenciais para sua validação, como chamadas de RPC (Remote Procedure Call), que permitiriam o funcionamento da rede blockchain. A ausência de tais informações levanta a possibilidade de que o token nunca tenha sido funcional.
A insatisfação dos usuários cresceu após o Nubank suspender as negociações de compra e venda da Nucoin e anunciar que o token passaria a ser usado exclusivamente para troca por benefícios dentro do ecossistema do banco. No comunicado oficial, o Nubank informou que as mudanças visam proteger os detentores de Nucoins de volatilidade no mercado, mas muitos clientes expressaram frustração, afirmando que esperavam poder negociar o token no mercado secundário.
Contradições e desvalorização
O Nubank tem enfrentado críticas não só pela falta de transparência no funcionamento da Nucoin, mas também por declarações contraditórias em documentos oficiais. Em uma das passagens, o banco afirma que a Nucoin “não possui características de criptomoeda” e que não é regulada pelo Banco Central do Brasil, o que aumentou as dúvidas sobre o futuro do token.
Com a suspensão das negociações e as incertezas em torno do projeto, os clientes temem uma desvalorização significativa da Nucoin quando o congelamento terminar em dezembro de 2024. Muitos também questionam a utilidade dos benefícios oferecidos pelo novo programa de recompensas, especialmente em cidades menores, onde as parcerias com redes de supermercados e farmácias não têm grande presença.
Mariana, que se identifica como “Nu Lover”, resumiu o sentimento de muitos usuários: “Tinha esperanças de que o Nucoin seria um projeto diferenciado, mas agora parece que vai ser mais do mesmo. Se os benefícios ficarem restritos a descontos em mercados, farmácias ou cinemas específicos, não será útil para mim.”
Com essas revelações, o futuro da Nucoin permanece incerto, e o Nubank enfrenta o desafio de reconquistar a confiança de seus clientes, que agora aguardam por mais clareza e detalhes sobre o real funcionamento da criptomoeda e as próximas etapas do programa de recompensas.
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