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Especialista comenta o novo modelo de imóvel que vem fazendo cada vez mais sucesso no Brasil e prevê crescimento vertiginoso em número de empreendimentos
Todos sabemos que os brasileiros sonham com a casa própria, mas o que dizer do sonho da casa própria para as férias? Não por acaso — em atenção a esse sonho recorrente –, uma forma inovadora de propriedade vem fazendo grande sucesso no Brasil: a multipropriedade. Neste modelo, o cliente se torna dono de cotas de um determinado imóvel, com custos proporcionais ao seu uso do lugar. Os imóveis desse tipo costumam ser unidades dentro de um hotel ou de um condomínio de casas de veraneio.
Em outras palavras: um imóvel multipropriedade tem mais de um dono, cada qual com o direito de usufruir dele por um certo período de tempo — em geral, de uma a duas semanas — ao longo de um ano. Assim, um empreendimento multipropriedade costuma abrigar entre 26 e 52 cotas. Um mesmo proprietário pode adquirir quantas cotas quiser. A escritura da cota descreve o valor do imóvel, suas características e período de uso. O modelo foi regulamentado no Brasil em 2018 e vem se consolidando no país.
“A multipropriedade veio para dar oportunidade, principalmente à classe média brasileira, de realizar o sonho de possuir um imóvel de férias, de lazer”, resume o advogado, presidente da Comissão de Direito Imobiliário e Urbanístico da OAB de Goiás e sócio do escritório Dias & Amaral Advogados, Diego Amaral, que não duvida que este é um grande negócio para todos os envolvidos.
“Para o cliente, a vantagem é gastar muito menos — tanto na aquisição quanto na manutenção — de um imóvel de férias. Além disso, ele terá a oportunidade de usar o imóvel por até quatro semanas ao ano, período máximo em que a maioria das pessoas costuma usar seus imóveis em destinos turísticos. Normalmente as pessoas pagam pela manutenção de um imóvel durante 12 meses para utilizá-lo por um mês ou menos. Por tudo isso, os mercados C e D têm aderido com toda força ao mercado da multipropriedade.”
Diego Amaral observa que a multipropriedade também é extremamente interessante para o investidor estrangeiro “que pretende fazer visitas ao Brasil uma, duas vezes ao ano”.
Evidentemente, a ideia é muito atraente para o empresariado. “Este modelo de negócios tem tudo para dar mais e mais certo”, reitera o especialista, observando que, diante da crise econômica puxada pela pandemia de covid-19, “muitos hotéis e resorts já estabelecidos migraram — total ou parcialmente — para esta nova modalidade”.
O incremento de novos empreendimentos nesse setor atesta esse sucesso, “apesar de o Brasil ainda ter uma longa estrada para ser percorrida neste ramo”
“O ano de 2021 fechou com 128 empreendimentos deste tipo; para 2022, prevê-se um total de 156 — um aumento de quase 22% no lançamento de empreendimentos no formato de multipropriedade”
conclui Amaral.
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