Dólar recorde

Dólar bate novo recorde no Brasil, cotado a R$ 6,07

Dólar bate novo recorde histórico e fecha acima de R$ 6; Ibovespa sofre leve queda

Imagem/Reprodução
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O dólar comercial fechou nesta segunda-feira (2), cotado a R$ 6,069, registrando uma alta de 1,13% em relação ao fechamento anterior. Esse é o maior valor já registrado para a moeda norte-americana ante o real, superando a marca de R$ 6 pela segunda sessão consecutiva. O desempenho do dólar reflete um movimento contínuo de valorização desde o anúncio do pacote fiscal, que ficou aquém das expectativas de analistas e economistas do mercado financeiro.

O índice Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), apresentou um desempenho negativo nesta segunda-feira, fechando o pregão aos 125.235,54 pontos, com uma queda de 0,34%. Essa movimentação reflete uma combinação de fatores internos e externos que afetaram os mercados.

Pressão fiscal e pacotes de reformas

O cenário econômico, marcado pela pressão fiscal do governo, continua sendo um dos principais fatores que impactam os mercados financeiros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta segunda-feira com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, além de líderes do Congresso, para discutir o pacote fiscal do governo. A reunião, realizada no Palácio do Planalto, em Brasília, teve como foco a definição de propostas que devem ser encaminhadas ao Legislativo ainda nesta semana.

Uma das principais propostas discutidas é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa cortar gastos públicos nos próximos cinco anos. A projeção do governo para a redução de despesas é de R$ 327 bilhões, sendo que os anos de 2025 e 2026 devem concentrar o impacto de R$ 71,9 bilhões. No entanto, a PEC ainda precisa ser aprovada pelo Congresso para que as medidas se tornem efetivas.

Outro ponto crucial na agenda fiscal do governo é a isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) para quem recebe até R$ 5.000 mensais. No entanto, o governo ainda não enviou a proposta formal ao Congresso, o que gerou incertezas e ruídos no mercado financeiro, especialmente após a divulgação dessa medida em conjunto com o pacote fiscal.

“Nosso papel é desfazer o ruído”

Em uma coletiva de imprensa, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, abordou as expectativas em relação ao pacote fiscal e ao novo regime de isenção do IRPF. Durigan afirmou que a equipe econômica está focada na revisão de gastos públicos e que o governo trabalha para avançar na proposta sem causar mais ruídos no mercado.

“A questão do Imposto de Renda é uma promessa que foi feita pelo presidente anterior [em referência a Jair Bolsonaro], foi uma promessa do presidente Lula, e quem me conhece sabe que a gente não está para fazer brincadeira no ministério”.

Disse Durigan.

A sua fala visou acalmar o mercado, que reagiu negativamente ao anúncio da nova faixa de isenção em meio ao pacote fiscal, o que levou a uma leve desvalorização da bolsa.

Fatores externos: a força do dólar frente aos emergentes

Além dos fatores internos, o dólar também demonstra força no cenário internacional. A moeda norte-americana continua ganhando valor frente às divisas de mercados emergentes, impulsionada por tensões políticas globais. Um dos fatores que tem influenciado a cotação do dólar é a ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), de taxar produtos dos países membros do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em até 100%, caso o bloco avance na criação de uma moeda própria para transações internacionais.

O índice DXY, que mede o valor do dólar em relação a uma cesta de moedas globais, subiu 0,67% às 17h01 desta segunda-feira, refletindo a valorização da moeda norte-americana frente a outras divisas, especialmente em um momento de incertezas geopolíticas.

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