Dólar em alta

Dólar dispara para R$ 6,10 e não para de subir

A reação negativa reflete a apreensão com a falta de medidas mais rigorosas para reduzir o déficit fiscal e a isenção no Imposto de Renda (IR) anunciada para contribuintes com rendimentos de até R$ 5 mil mensais.

Fonte/Reprodução
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  • O dólar superou os R$ 6,10 nesta sexta-feira (29), atingindo o maior valor do dia, após o governo anunciar um pacote fiscal que não agradou o mercado
  • O mercado esperava medidas mais rigorosas de controle de gastos, mas o governo anunciou isenção no Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, gerando desconfiança
  • O dólar já começou a subir na quarta-feira (27) após o vazamento de informações sobre a isenção de IR, que causou incerteza sobre a postura fiscal do governo
  • Após a reação negativa, o governo não descartou novos ajustes fiscais, mas a falta de clareza nas medidas continua a pressionar a moeda americana

O dólar disparou para R$ 6,10 nesta sexta-feira (29), atingindo novos patamares e mantendo a tendência de alta. O governo federal anunciou um pacote de ajuste fiscal que não foi bem recebido pelo mercado, o que alimentou o pessimismo dos investidores e causou o aumento da moeda americana.

A reação negativa reflete a apreensão com a falta de medidas mais rigorosas para reduzir o déficit fiscal e a isenção no Imposto de Renda (IR) anunciada para contribuintes com rendimentos de até R$ 5 mil mensais.

O dólar comercial abriu o pregão em R$ 6,00 e, por volta das 10h16, superou a marca de R$ 6,10, alcançando R$ 6,11, o maior valor do dia até o momento. A valorização da moeda americana não foi uma surpresa, pois o mercado já havia demonstrado cautela desde o dia anterior, quando o governo divulgou o pacote fiscal.

Pacote fiscal de Haddad é mal recebido


A alta do dólar está diretamente relacionada à reação do mercado ao pacote fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que foi considerado tímido. O mercado aguardava cortes de gastos mais significativos, mas o governo optou por medidas de isenção de impostos, o que gerou frustração.

O mercado viu a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais como um movimento que pode agravar a situação fiscal do país, aumentando a renúncia de receitas.

Na quarta-feira (27), antes mesmo do anúncio oficial, o dólar já havia começado a subir após o vazamento de informações sobre a isenção de Imposto de Renda. Isso gerou incertezas sobre a rigidez das futuras medidas fiscais, levando os investidores a anteciparem uma reação negativa do governo.

A falta de cortes substanciais de despesas fez o mercado temer que o governo federal não estivesse disposto a adotar medidas duras para controlar o déficit fiscal.

Reação do governo e novas promessas de ajustes


O mercado reagiu negativamente, e o governo respondeu ao afirmar que não descartava novos ajustes fiscais. Após o anúncio do pacote, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que adotaria outras medidas no futuro, caso fosse necessário.

Contudo, a pressão sobre o governo continua, já que o mercado segue atento à possibilidade de novas renúncias fiscais e à continuidade da alta do dólar, que reflete a falta de confiança nas medidas econômicas do governo Lula.

A pressão sobre a moeda americana não parece ter fim, com analistas apontando que a atual postura do governo, ao priorizar a isenção do Imposto de Renda, pode continuar impactando o câmbio de maneira negativa. O mercado espera agora por sinais claros de um ajuste fiscal mais robusto para conter a valorização do dólar e estabilizar a economia brasileira.

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