Novo recorde

Fechamento: Ibovespa bate novo recorde e fecha acima dos 141 mil pontos pela 1ª vez

Enquanto Lula entra em modo campanha e STF apela ao diálogo, a Bolsa brasileira crava uma nova máxima e embala a melhor semana desde abril

Fechamento: Ibovespa bate novo recorde e fecha acima dos 141 mil pontos pela 1ª vez
  • Ibovespa fecha acima dos 141 mil pontos pela primeira vez na história
  • STF suspende decretos sobre IOF e prega diálogo entre os Poderes
  • Lula volta ao modo “candidato” e dólar encerra em alta com mercados fechados nos EUA

Pela primeira vez na história, o Ibovespa fechou acima dos 141 mil pontos. Nesta sexta-feira (4), o principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,24%, encerrando o dia aos 141.263,56 pontos. Além disso, a máxima intradiária foi renovada em 141.563,85 pontos, superando o pico alcançado no dia anterior.

Com isso, a semana acumulou uma alta de 3,29%, o que representa o melhor desempenho desde abril. Na ocasião, o Ibovespa havia avançado 3,93% em quatro sessões. Mesmo com o feriado nos Estados Unidos, que fechou Wall Street e reduziu a liquidez global, o mercado doméstico reagiu com otimismo.

Embora o volume de negócios tenha sido o menor em três anos, a combinação entre alívio político e valorização de commodities ajudou a impulsionar o índice. A alta do minério de ferro na China, por exemplo, sustentou os papéis da Vale e ajudou o mercado a manter o fôlego.

STF freia embate entre os Poderes e propõe diálogo institucional

No campo político, um movimento inesperado do Supremo Tribunal Federal reduziu as tensões. O ministro Alexandre de Moraes decidiu suspender o decreto do governo sobre o IOF e também o decreto legislativo que tentava anulá-lo. Assim, o Judiciário evitou uma escalada entre Executivo e Legislativo.

Além disso, a medida foi interpretada como um gesto de equilíbrio e racionalidade. O decano do STF, Gilmar Mendes, afirmou que a intenção é permitir que os envolvidos “reflitam e encontrem uma solução política”. Isso gerou reações positivas em Brasília, que passou a adotar um tom mais conciliador.

A Advocacia-Geral da União classificou a decisão como prudente. Em paralelo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que a iniciativa buscou delimitar competências. O presidente da Câmara, Hugo Motta, também se manifestou: segundo ele, o Parlamento segue aberto ao diálogo.

Lula troca discurso moderado por tom eleitoral em busca da reeleição

Enquanto o STF pediu paz, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu partir para o ataque. Em evento recente, afirmou que o Brasil terá, pela primeira vez, um presidente eleito quatro vezes. Dessa forma, deixou claro que já está em modo campanha.

Além disso, Lula voltou a criticar a taxa Selic e responsabilizou o Banco Central por manter os juros elevados. “Não há nenhum número negativo no país, exceto a Selic, que não depende de nós”, disse ele. O discurso acirrado contrasta com o tom mais institucional adotado no início do mandato.

Além das falas públicas, o governo tem investido em comunicação digital. Com apoio de ferramentas de inteligência artificial, o Planalto intensificou sua pressão sobre o Congresso nas redes sociais, especialmente para defender a tributação dos super-ricos. Em suma, o embate digital segue em alta.

Vale, bancos e varejo ajudam a sustentar o índice mesmo com pouca liquidez

A menor movimentação, causada pelo feriado americano, não impediu que algumas ações se destacassem. A Vale (VALE3) subiu 0,29%, acompanhando a alta do minério na China. Por outro lado, a Petrobras (PETR4) recuou 0,12%, seguindo o preço do petróleo no exterior.

Ademais, no setor bancário, os resultados foram mistos. Enquanto BBAS3 e ITUB4 avançaram 0,58% e 0,05%, respectivamente, Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) caíram 0,58% e 0,31%. A B3 (B3SA3), operadora da Bolsa, subiu 0,62%, refletindo o clima mais estável entre os Poderes.

Já entre os varejistas, os papéis também tiveram leve recuperação. Magazine Luiza (MGLU3) subiu 0,65%, enquanto Assaí (ASAI3) e Lojas Renner (LREN3) avançaram 0,49% e 0,26%. Vibra (VBBR3), segunda ação mais negociada do dia, teve alta de 2,68%.

Semana que vem terá agenda cheia para investidores

Embora a sexta-feira tenha sido positiva, a próxima semana promete ser decisiva. Na terça-feira, o IBGE divulga os dados do comércio de maio. Já na quarta-feira, o Federal Reserve publica a ata de sua última reunião, o que pode mexer com os mercados globais.

Na quinta-feira, todos os olhos estarão voltados para o IPCA de junho. O índice oficial de inflação do país pode influenciar diretamente a expectativa sobre os próximos passos da política monetária. Finalmente, na sexta-feira, será a vez dos dados sobre o setor de serviços.

Com tantos indicadores relevantes, o investidor terá pouco espaço para descanso. A cada divulgação, novas expectativas serão criadas — e o Ibovespa pode seguir sua trajetória ascendente, ou enfrentar obstáculos inesperados.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.