
- Ânima (ANIM3) e Ser Educacional (SEER3) são as preferidas para 2026, com recomendação overweight.
- O banco elevou a Cogna (COGN3) para equal-weight e a definiu como sua aposta de curto prazo.
- O banco rebaixou a Yduqs (YDUQ3) para underweight, e as ações caíram mais de 4% na B3.
O Morgan Stanley movimentou o setor de educação nesta quarta-feira (5) ao revisar suas recomendações para as principais ações do segmento. O banco elevou Cogna (COGN3) de underweight para equal-weight e rebaixou Yduqs (YDUQ3). Além disso, manteve otimismo tático no curto prazo, preferindo Ser Educacional (SEER3) e Ânima (ANIM3) com foco em 2026.
Mesmo com a visão cautelosa para os riscos regulatórios, o Morgan reconhece que o ciclo de resultados positivos e o início da queda da Selic devem impulsionar o setor no curto prazo. O movimento reflete uma estratégia de reposicionamento em meio à transição entre ventos favoráveis de curto prazo e incertezas de longo alcance.
Morgan muda o jogo: Cogna em alta, Yduqs em baixa
A Cogna (COGN3) teve sua recomendação elevada de underweight (venda) para equal-weight (neutra), com o preço-alvo subindo de R$ 2,90 para R$ 4,00. O Morgan cita o bom momento operacional e a recuperação dos lucros como principais catalisadores no curto prazo.
Já a Yduqs (YDUQ3) perdeu força: o banco rebaixou a ação para underweight e reduziu o preço-alvo de R$ 15,50 para R$ 14,00, apontando margens fracas e dificuldade em gerar caixa até 2026. Na abertura desta quarta-feira, YDUQ3 caía 4,02%, a R$ 13,37, enquanto COGN3 subia 0,80%, a R$ 3,79.
O relatório destaca ainda que Ânima (ANIM3) e Ser Educacional (SEER3) passam a ser as favoritas para 2026, com recomendação overweight (compra). Os preços-alvo projetados são de R$ 5,50 e R$ 14,50, respectivamente.
Ventos de curto prazo x riscos regulatórios
De acordo com o Morgan Stanley, o bom desempenho na captação do 3T25, o controle da dívida e o início do ciclo de afrouxamento monetário sustentam revisões positivas de lucro no curto prazo.
No entanto, as novas regras educacionais, que entram em vigor a partir de setembro de 2025, devem trazer desafios. O banco estima que o impacto regulatório pode reduzir até 30% do Ebitda das companhias caso as medidas sejam implementadas integralmente de forma abrupta, algo que, até o momento, parece improvável.
As instituições adotaram uma estratégia agressiva de campanhas promocionais e ajustes no EAD para capturar demanda antes das mudanças, num movimento descrito como “corrida pré-regulação”.
Ciclo da Selic pode impulsionar nova onda de valorização
O banco reforça que, apesar de o mercado já precificar reduções na taxa Selic, a confirmação do ciclo de cortes pode atrair fluxos mais fortes para a Bolsa, principalmente para ações domésticas e sensíveis aos juros.
Além disso, a perspectiva de uma eleição presidencial pró-mercado em 2026 poderia reforçar o movimento, segundo o relatório. Esse cenário, ainda não totalmente precificado, abre espaço para reavaliação dos múltiplos e novas revisões de lucro.
Com menores spreads de dívida e desalavancagem gradual, o Morgan observa que os preços das ações estão sustentados por revisões positivas de EPS, o que mantém a tendência de valorização para o setor educacional nos próximos trimestres.