Sem freio

Não para: Dólar sobe mesmo com intervenção do BC

Com o aumento da moeda norte-americana, o BC executa leilões de US$ 1,6 bilhão e US$ 3 bilhões para tentar estabilizar o câmbio.

Imagem/Reprodução
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  • O dólar subiu 0,50% e foi negociado a R$ 6,07 às 11h14 desta segunda-feira (16/12), apesar das intervenções do Banco Central
  • O BC realizou um leilão extraordinário de US$ 1,628 bilhão, que fez o dólar cair para R$ 6,03, mas a moeda voltou a subir logo depois
  • O BC também fez um leilão de linha de US$ 3 bilhões, com recompra programada para março de 2025
  • As ações visam controlar a volatilidade do dólar e evitar impactos negativos na inflação e economia

Nesta segunda-feira (16), o dólar comercial registrou uma alta de 0,50% por volta das 11h14, sendo negociado a R$ 6,07. Esse movimento ocorre apesar das intervenções realizadas pelo Banco Central (BC), que executou duas operações cambiais para tentar controlar a volatilidade da moeda americana.

O Banco Central realizou, de forma inesperada, o primeiro leilão extraordinário de US$ 1,628 bilhão e, em seguida, vendeu dólares com compromisso de recompra, totalizando US$ 3 bilhões.

O mercado cambial registrou um movimento de alta logo cedo. Às 9h30, o dólar estava cotado a R$ 6,09, mas, após o anúncio do leilão de US$ 1,628 bilhão, o valor da moeda americana recuou para R$ 6,05. Esse primeiro leilão, realizado entre 9h35 e 9h40, tinha como objetivo reduzir a pressão de alta sobre o câmbio e trouxe resultados rápidos, com o dólar caindo para R$ 6,03 às 10h15.

Voltando a subir

No entanto, a moeda voltou a subir e, por volta das 11h14, ultrapassou os R$ 6,07, indicando que a ação do BC não foi suficiente para conter a valorização do dólar frente ao real.

Além do leilão extraordinário, o Banco Central também realizou um leilão de linha de US$ 3 bilhões, entre 10h20 e 10h25, que consistiu na venda de dólares com compromisso de recompra. A data prevista para a recompra é 6 de março de 2025. Essa operação é utilizada quando há necessidade de garantir a liquidez no mercado e estabilizar a cotação da moeda.

Esse tipo de intervenção também é uma das ferramentas do BC para controlar flutuações excessivas no mercado cambial e garantir o bom funcionamento das operações de câmbio no Brasil.

O leilão de dólares à vista, como o realizado pela autoridade monetária nesta manhã, é uma das formas utilizadas pelo BC para corrigir disfuncionalidades no mercado de câmbio.

Instabilidade

Esses leilões são feitos em momentos de grande instabilidade da moeda, quando a volatilidade ameaça afetar a economia de forma mais significativa. Embora o BC tenha lançado as intervenções para diminuir a pressão sobre o real, o aumento do dólar evidencia o impacto de fatores externos e internos sobre a moeda brasileira, como a instabilidade econômica global e expectativas relacionadas à política monetária do país.

Embora o BC tenha disponibilizado recursos substanciais para intervir no mercado, a cotação do dólar se manteve acima dos R$ 6,00 durante grande parte do dia. A tendência de alta da moeda americana está atrelada a uma série de fatores, como as incertezas sobre a economia interna, a expectativa de aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e a volatilidade nos mercados financeiros globais. Mesmo com a intervenção do Banco Central, o dólar tem mostrado resiliência em seu caminho ascendente.

Estratégia do BC

A estratégia do Banco Central, ao realizar essas operações, é minimizar as flutuações do câmbio e evitar que a alta do dólar tenha um impacto negativo sobre a inflação e sobre os preços dos produtos importados.

Para o governo, o controle da moeda é essencial para evitar que a alta do dólar agrave a pressão inflacionária e afete negativamente a recuperação econômica do país. O uso das reservas internacionais para essa finalidade tem sido uma medida recorrente para tentar controlar a cotação da moeda norte-americana.

O cenário atual indica que, apesar das tentativas de estabilização, o real continua sob pressão e o valor do dólar pode continuar volátil nas próximas semanas. As ações do BC refletem a necessidade de manter a confiança no mercado cambial, mas também destacam as dificuldades enfrentadas pela economia brasileira para conter o fortalecimento do dólar.

O Banco Central vigia ativamente o mercado e utiliza as reservas internacionais para manter o equilíbrio financeiro em tempos de incertezas.

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