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Neon anuncia CEO mirando crescimento de 30% em 2025

Neon anuncia Fernando Miranda como CEO visando crescimento de 30% no próximo ano

Imagme/Reprodução: Neon logo
Imagme/Reprodução: Neon logo | Imagme/Reprodução: Neon logo

O Neon, fintech que se destaca no mercado brasileiro de serviços financeiros, anunciou Fernando Miranda como seu novo CEO, sucedendo Pedro Conrade, fundador da empresa, que agora assume o cargo de presidente executivo. Miranda, que compartilhou a liderança com Conrade desde 2022, agora tem a missão de liderar a fintech rumo à “lucratividade sustentável”.

Em entrevista ao Brazil Journal, Miranda destacou que o foco de sua gestão será consolidar o crescimento financeiro da empresa e garantir sua estabilidade no longo prazo. O executivo, com passagens pelo Nubank e Easynvest, é uma figura conhecida no setor e trouxe consigo uma experiência robusta, com a promessa de levar o Neon a fechar o ano no azul — uma meta que, no entanto, depende do desempenho da fintech em dezembro.

No primeiro semestre de 2024, o Neon registrou um prejuízo de R$ 278,9 milhões, uma marca negativa, mas que não impediu o otimismo de Miranda.

“Temos bastante conforto em dizer que teremos uma lucratividade sustentável no ano que vem, mantendo um bom nível de crescimento”.

Disse.

Ele também revelou que nos primeiros nove meses de 2024, a fintech cresceu 62% em relação ao mesmo período do ano anterior, com expectativas de um crescimento de 30% em 2025.

A carteira de crédito da fintech atingiu R$ 5,7 bilhões de janeiro a setembro, o que representou um aumento de 20% em comparação ao ano passado. Embora a empresa mantenha suas taxas de inadimplência em sigilo, Miranda afirmou que os números estão abaixo do limite de risco, mas alertou para um possível impacto da elevação dos juros em 2025. “Se de fato os juros subirem como estão esperando, podemos ver uma piora da inadimplência em todo o mercado no segundo semestre do ano que vem”, disse.

Independência financeira e expansão de serviços

A conquista da independência financeira foi outro ponto destacado por Miranda como fator determinante para o crescimento do Neon. Desde a aquisição da Biorc, em 2022, a fintech passou a realizar emissões de CDBs, alcançando um estoque de R$ 4 bilhões em captação. Além disso, a fintech integrou à sua operação a carteira de crédito que estava sendo administrada pelo BV, após o BC liquidar o antigo banco Pottencial em 2018.

Para 2025, o Neon prevê integrar novos serviços voltados para as classes C e D, com destaque para as empresas adquiridas nos últimos anos, como MEI Fácil, Leve, ConsigaMais+ e Biorc. “Com novos serviços e benefícios, vemos que podemos atrair clientes das classes C+ e B-“, disse Miranda, apontando para um novo perfil de consumidor que está sendo trabalhado pela fintech.

Perspectivas de investimentos e captação de recursos

Embora o Neon já tenha realizado uma captação de R$ 518 milhões em uma rodada Série E em 2024, Miranda garantiu que a empresa não tem planos de buscar novos investimentos no curto prazo.

“Não precisamos de capital adicional para colocar em prática nossa estratégia”.

Afirmou.

A fintech não revelou os fundos envolvidos, mas destacou que todos os investidores eram da rodada anterior, sinalizando uma continuidade da confiança no modelo de negócios da empresa.

Por fim, a expansão de serviços voltados para investimentos é uma das apostas da fintech para atrair novos consumidores. No entanto, Miranda não estabeleceu um prazo para a entrada mais agressiva da empresa no setor de investimentos. A compra da corretora Magliano, em 2020, ainda está sendo trabalhada, mas a fintech ainda não tem planos de reativar os serviços da corretora.