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Ouro dispara de novo e volta ao topo de US$ 4 mil: medo domina mercados

Após correção recente, metal renova força com busca por proteção; queda das bolsas e incerteza sobre juros nos EUA impulsionam nova rodada de compras.

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Barras de ouro - Reprodução: Redes sociais
Barras de ouro - Reprodução: Redes sociais
  • Ouro volta a US$ 4 mil e sobe 0,8%, com forte busca por proteção global.
  • Bolsas recuam, e investidores ajustam carteiras diante da cautela do Fed.
  • Compras de bancos centrais e demanda privada sustentam a alta do metal.

O ouro voltou a brilhar nesta quarta-feira (5) e retomou o patamar dos US$ 4 mil por onça, em meio à forte busca por proteção após a queda das bolsas globais. O movimento ocorre em um cenário de aversão ao risco e incertezas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed).

A valorização do metal acontece logo após uma correção de quase 2% no pregão anterior, quando o fortalecimento do dólar pressionou os preços. Agora, com o avanço dos Treasuries e o clima de cautela nas ações, investidores voltaram a enxergar o ouro como abrigo seguro.

Ouro se recupera após correção e volta ao topo

O metal precioso voltou a se valorizar com o mercado apostando em uma consolidação de preços após a queda técnica da véspera. O avanço levou o ouro novamente à faixa dos US$ 4.000, patamar que havia sido perdido após o rali de outubro.

A recuperação vem em um momento de ajuste global de portfólios, marcado pela saída de fundos negociados em bolsa (ETFs) lastreados em ouro. Então, operadores agora avaliam se o movimento de correção chegou ao fim ou se ainda há espaço para novas oscilações.

“Não deve ser uma grande surpresa ver o metal consolidar-se entre US$ 3.800 e US$ 4.050 por onça”, avaliou Bart Melek, estrategista do TD Securities, destacando as incertezas sobre os cortes de juros pelo Fed e a demanda de varejo na China.

Fed em silêncio e investidores cautelosos

A correção recente do ouro foi provocada por declarações contidas de dirigentes do Federal Reserve, que evitaram confirmar cortes de juros em dezembro. Sendo assim, o discurso mais neutro levou à reprecificação dos ativos de risco e reforçou o movimento de proteção.

Custos de empréstimo mais baixos tendem a aumentar o apelo do ouro frente a ativos que pagam juros, como os títulos públicos. Além disso, mesmo com as últimas quedas, o metal acumula alta de cerca de 50% no ano, sustentado pelo ambiente de tensões geopolíticas e expectativas de afrouxamento monetário em 2025.

Portanto, segundo analistas, o mercado vive um momento de reflexão após meses de euforia. “Os traders reavaliam quanto da narrativa de 2025, cortes de juros, estresse fiscal e proteção geopolítica, já está precificado”, explicou Ole Hansen, estrategista do Saxo Bank.

Compras de bancos centrais e demanda privada sustentam alta

Mesmo após a correção, os fundamentos do rali permanecem fortes. Assim, a demanda continua firme, impulsionada por compras de bancos centrais e investidores privados, especialmente na Ásia.

Ademais, a busca por ativos de proteção tem sido intensificada pela volatilidade nas bolsas globais e pelo aumento das preocupações fiscais nos Estados Unidos e na Europa. Esse contexto reforça o papel do ouro como porto seguro em tempos de instabilidade.

Por fim, às 10h28 em Londres, o ouro subia 0,8%, a US$ 3.965,04 por onça, enquanto o Bloomberg Dollar Spot Index operava estável. A prata avançava 1,2%, a platina seguia praticamente estável e o paládio também registrava leve alta.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.