O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos registrou um avanço de 3,1% no terceiro trimestre de 2024, conforme dados divulgados pelo Departamento de Comércio nesta quinta-feira (19). O resultado ficou acima da previsão média de 2,8% feita por economistas consultados pela Reuters, destacando um desempenho econômico robusto para o período.
A expansão anualizada reflete uma recuperação acelerada da economia americana, impulsionada principalmente pelo consumo forte das famílias e pelos investimentos em setores estratégicos. A performance surpreendeu analistas, que observam a resiliência do país em meio a um cenário global economicamente desafiador, incluindo as tensões geopolíticas e a desaceleração de mercados emergentes.
Consumo das famílias e investimentos como motores do crescimento
O maior motor do crescimento no terceiro trimestre foi o consumo das famílias, que continua aquecido, contribuindo significativamente para a manutenção do ritmo de expansão. Segundo o Departamento de Comércio, o gasto com bens e serviços cresceu a uma taxa de 4,5% anualizada, refletindo a disposição dos consumidores em continuar comprando, apesar das incertezas.
Além disso, os investimentos em áreas-chave, como tecnologia e infraestrutura, foram determinantes para o desempenho positivo do PIB. A recuperação no setor imobiliário e as maiores despesas do governo também ajudaram a impulsionar o crescimento, sinalizando que a economia dos EUA está se ajustando positivamente aos estímulos fiscais e a uma recuperação pós-pandemia.
Desafios persistem com a inflação e a política monetária
Apesar do desempenho econômico robusto, o crescimento do PIB gera preocupações em relação à inflação. Economistas alertam que um aumento excessivo no consumo pode pressionar ainda mais os preços, principalmente nos setores de bens de consumo e serviços, que já enfrentam altas nos últimos meses.
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O Federal Reserve (Fed) recentemente anunciou um corte na taxa de juros, o que visaria estimular ainda mais a atividade econômica. No entanto, o banco central americano alertou que futuras decisões dependerão dos próximos indicadores econômicos, com ênfase na evolução da inflação. O risco de pressões inflacionárias contínuas pode forçar o Fed a interromper ou até reverter sua política de flexibilização monetária.
O crescimento acima do esperado pode levar a uma inflação mais persistente, o que poderia complicar a tarefa do Fed de equilibrar o estímulo econômico com o controle da alta nos preços. Especialistas acreditam que o banco central precisará monitorar cuidadosamente os dados de consumo e de preços para evitar uma aceleração indesejada da inflação.
Expectativas para os próximos meses
Com o desempenho surpreendente do PIB, os Estados Unidos se destacam no cenário econômico global, mas o caminho à frente permanece repleto de desafios. O comportamento da inflação será determinante para os rumos da política monetária. O mercado segue atento aos próximos passos do Federal Reserve, que serão cruciais para a manutenção do crescimento econômico em 2024.
A trajetória do consumo das famílias e os impactos das decisões do Fed serão os principais indicadores a serem observados pelos analistas, que destacam a necessidade de uma política econômica equilibrada para sustentar o crescimento sem acirrar as pressões inflacionárias.
