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Mulheres conquistam maior participação no mercado financeiro

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Apesar da equidade de gênero ainda estar longe do ideal, elas ganham cada vez mais espaços e remunerações justas no setor.

Segundo pesquisa de Remuneração Total da consultoria global Mercer de 2023, que analisou dados de mais de 1 mil organizações, mulheres recém-admitidas em cargos de gerência estão, pela primeira vez na história, com o salário equiparado ao dos homens. Outro levantamento da Mercer aponta que o gênero feminino representa 50% da base total de colaboradores do setor financeiro. Apesar desses avanços significativos relacionados à participação de mulheres em postos de trabalho no mercado financeiro, ainda há uma longa trajetória para que a participação delas seja equânime em relação aos homens no setor. Contudo, algumas empresas têm se destacado na mudança desse cenário.  

É o caso do Sicoob UniCentro Br, cooperativa financeira que de um total de 987 colaboradores, apresenta 537 mulheres compondo este quadro, o que representa mais de 50% da força de trabalho da instituição. Dentre esses números, ressalta-se a ocupação de 47 cargos de gerência ou de alto escalão executivo liderados pelo gênero feminino. Uma delas é Débora Altina, médica e conselheira fiscal do Sicoob UniCentro Br, que enxerga o cenário com otimismo, apesar dos obstáculos a serem enfrentados relacionados à representatividade em cargos de liderança e funções técnicas.

“A falta de modelos femininos nessas posições pode impactar negativamente a ascensão de mulheres na carreira. Mas eu, particularmente, não senti esse impacto, visto que a cooperativa já adota uma política de inclusão”, explica.  

A superintendente de Produtos e Serviços do Sicoob UniCentro Br, Luciana Bernardes, destaca que o segmento cooperativista tem contribuído com essa mudança de cenário por meio de estratégias de gestão eficientes que colocam a diversidade no centro do debate.

“As mulheres têm feito um trabalho brilhante e, nessa balança, na qual há homens e mulheres na liderança, elas trazem um equilíbrio na gestão, com sensibilidades e realidades diferentes. Então, a tomada de decisão tem de ser mais acertada, porque várias representatividades opinam naquela decisão ou estratégia, e isso é muito importante. As mulheres precisam ter lugar à mesa, porque o lugar de fala, a capacidade de entrega e a sensibilidade das mulheres precisam ser considerados no mercado financeiro”, avalia.  

Desafios  

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Sandra Helena Leite, que é gerente da Agência Castelo Branco do Sicoob UniCentro Br, unidade com foco no agronegócio, destaca que a representatividade feminina no mercado financeiro está avançando. Para ela, barreiras como a falta de acesso à capacitação para que a mulher possa se destacar já estão em vias de superação, contudo, ainda é desafiador estar em ambientes nos quais ainda predomina a figura masculina. “A mulher se sente mais exigida, tendo que superar as expectativas para provar competência”, pondera.  

Luciana Bernardes acrescenta que as pessoas, de um modo geral, não estão preparadas para serem lideradas por uma mulher, e por isso há tanta intolerância e questionamentos sobre sua competência. “As mulheres estão crescendo, estão se capacitando e buscando se desenvolver, mas elas precisam remar duas vezes mais do que um homem para se colocar e para convencer que realmente ela ocupou aquela posição por merecer. Nós já evoluímos muito, mas ainda temos uma estrada de desigualdade que a gente precisa avançar”, pontua.  

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Dupla jornada  

Para alcançar a igualdade de oportunidades e remuneração, as mulheres enfrentam discriminação, preconceito e ainda a exaustão da dupla jornada. Por isso, para estar no mercado financeiro e lidar com desafios de toda ordem, são necessárias algumas estratégias. “É preciso delegar tarefas, estabelecer limites claros e buscar apoio, tanto profissional, quanto pessoal. E dedicar um tempo de qualidade com os seus. Na verdade, a compreensão da família é imprescindível”, observa a gerente de agronegócios Sandra Helena. Ela completa que é preciso não ter medo de desafiar os estereótipos e rótulos aplicados e reivindicar seu lugar no mercado de trabalho, seja qual for o segmento.   

Por outro lado, Luciana Bernardes reforça que também é importante saber a hora de olhar para a vida pessoal e compreender o que deve ser prioridade.

“A mulher precisa respirar e entender que ela é um conjunto de coisas. Ela precisa cuidar da sua inteligência emocional, da sua saúde física, da sua capacitação. Doar-se por inteiro enquanto estiver trabalhando, mas também, quando estiver em casa, ela precisa se desligar e se permitir viver experiências profundas com a sua família, com seus filhos, para aquela que optou por ter filhos. Ser mulher não é fácil, mas assim como as mulheres têm desafios, os homens também têm. Então faz parte do ser humano buscar esse equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”, analisa.  

Débora Altina também acredita que é possível conciliar a vida pessoal com a profissional, desde que tudo seja feito com sabedoria e que se possa contar com as mudanças significativas que vêm sendo implementadas por algumas corporações no cenário atual. “Sendo médica há mais de 30 anos, sempre tive que conciliar a vida profissional, muito atribulada, ficando dividida entre plantões, consultório e família. O importante é lembrar que a vida é feita de vários fragmentos e que todos são importantes”, atesta. E finaliza: “Sou otimista quanto ao futuro, pois muitas empresas, incluindo o Sicoob UniCentro Br, estão implementando políticas específicas de diversidade e inclusão, estabelecendo metas para a representação de mulheres em cargos de liderança e promovendo uma cultura organizacional que valoriza a diversidade”.  

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