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A Selic vai cair ou subir? E o Dólar? Veja apostas dos gestores

Foto/Reprodução GDI
Foto/Reprodução GDI

A taxa Selic é um dos principais instrumentos utilizados pelo Banco Central do Brasil para controlar a inflação e regular a economia do país. Com a recente instabilidade econômica e incertezas globais, muitos investidores estão se perguntando se a Selic irá cair ou subir nos próximos meses, e qual será o impacto dessa decisão no mercado de câmbio, especialmente em relação ao dólar.

Assim, as principais gestoras do mercado financeiro brasileiro estão divididas em suas opiniões sobre os rumos da taxa básica de juros, a Selic, e a cotação do dólar. Enquanto alguns gestores acreditam em cortes na Selic devido à pressão do governo e ao cenário de uma economia aquecida, outros se mantêm cautelosos com a dinâmica da inflação e defendem a manutenção ou até mesmo a elevação da taxa.

O que é a Selic e qual é a sua influência na economia

Definição da Selic

A taxa Selic, ou Sistema Especial de Liquidação e Custódia, é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela é utilizada pelo Banco Central para regular a oferta de moeda e controlar a inflação. A Selic serve como referência para todas as demais taxas de juros do mercado.

Função da Selic na economia

A Selic desempenha um papel fundamental na economia brasileira. Quando o Banco Central decide reduzir a taxa Selic, isso estimula o consumo e o investimento, já que os empréstimos e financiamentos ficam mais baratos. Por outro lado, quando a Selic é aumentada, há uma desaceleração na economia, visando controlar a inflação.

Perspectivas de queda da Selic

Motivos para a redução da Selic

Diversos fatores podem levar à redução da taxa Selic. Entre eles, podemos citar a desaceleração da economia, a queda da inflação e a necessidade de estimular o crescimento econômico. Além disso, em cenários de crise, é comum que o Banco Central reduza a taxa Selic para incentivar o consumo e o investimento.

Meta Selic

Impactos da queda da Selic na economia

Uma redução da taxa Selic pode estimular o consumo e o investimento, o que tende a impulsionar a economia. Com juros mais baixos, os financiamentos se tornam mais acessíveis, o que pode incentivar a compra de imóveis, veículos e outros bens de consumo duráveis. Além disso, a redução da Selic pode estimular a Bolsa de Valores, levando a um aumento no volume de negociações.

Perspectivas de aumento da Selic

Motivos para o aumento da Selic

Em situações em que a inflação está em alta ou a economia está aquecida demais, o Banco Central pode optar por aumentar a taxa Selic. Isso é feito com o objetivo de frear o consumo e o investimento, controlando a inflação e evitando um desequilíbrio econômico.

Impactos do aumento da Selic na economia

Quando a taxa Selic é aumentada, os empréstimos e financiamentos ficam mais caros, o que desestimula o consumo e o investimento. Isso pode levar a uma desaceleração da economia e a uma redução na oferta de crédito. Por outro lado, um aumento da Selic pode atrair investidores estrangeiros em busca de maiores rendimentos, o que pode fortalecer a moeda nacional.

A Adam Capital e a Absolute Investimentos são duas das gestoras que apostam em juros futuros mais altos. Elas argumentam que, mesmo com a desaceleração da inflação nos últimos meses, ainda há elementos de “inflação inercial” em níveis elevados. Essa visão também encontra eco no Banco Central. Ambas as gestoras projetam que a Selic permanecerá em 13,75% ao ano ao longo de 2023, o maior nível em seis anos.

Por outro lado, as gestoras Genoa Capital, Legacy Capital e Ibiuna Investimentos têm uma visão mais otimista e apostam na queda das taxas de juros futuros. O mercado atualmente precifica um ciclo de flexibilização de mais de 350 pontos-base até o final de 2024. A Bahia Asset Management, por sua vez, mantém apostas em uma redução gradual da Selic a partir do primeiro semestre de 2024.

Essas diferentes visões refletem as incertezas e os debates em torno da política monetária do país. Enquanto algumas gestoras se preocupam com a persistência de elementos inflacionários, outras apostam em uma retomada mais forte da economia e veem espaço para cortes nas taxas de juros.

GestoraPerspectiva para a Selic
Adam CapitalManutenção em 13,75% ao ano em 2023
Absolute InvestimentosManutenção em 13,75% ao ano em 2023
Genoa CapitalQueda dos juros futuros
Legacy CapitalQueda dos juros futuros
Ibiuna InvestimentosQueda dos juros futuros
Bahia Asset ManagementRedução da Selic a partir de 2024
Kapitalo InvestimentosDesaceleração econômica requerida
Verde AssetExposição às ações globais, neutro em Selic
Vinland CapitalAdiamento do ciclo de flexibilização

Enquanto os gestores debatem e apostam em diferentes cenários, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) realizou uma pesquisa que revelou que a maioria dos bancos brasileiros considera que as sinalizações do Copom (Comitê de Política Monetária) foram adequadas. A pesquisa também apontou que a percepção majoritária é de que os juros devem chegar ao final deste ano em 12,25% ao ano.

No meio desse cenário de debate e expectativas, a empresária Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, expressou sua esperança em uma redução dos juros na próxima reunião do Copom. Ela argumenta que a alta da Selic prejudica os consumidores e os pequenos empresários, e ressalta a importância da aprovação do novo marco fiscal como um possível impulsionador para a queda da taxa de juros.

E o dólar?

No mercado de câmbio, as gestoras têm posições variadas em relação ao dólar. Algumas estão vendidas (apostam na queda) na moeda norte-americana, enquanto outras mantêm posições mais neutras ou até mesmo compradas (apostam na alta) em dólar. Essas estratégias refletem as diferentes visões sobre o cenário internacional e a expectativa em relação ao comportamento da moeda.

Relação entre Selic e dólar

A taxa Selic também exerce influência sobre a taxa de câmbio, especialmente em relação ao dólar. Quando a Selic é reduzida, é comum que investidores busquem melhores oportunidades em outros países, o que pode levar a uma saída de capital do Brasil e à desvalorização do real em relação ao dólar. Por outro lado, um aumento da Selic pode atrair investidores estrangeiros em busca de maiores rendimentos, o que pode fortalecer o real.

Em meio a essas visões divergentes, é importante ressaltar que as projeções e apostas dos gestores estão sujeitas a mudanças conforme novas informações econômicas surgem. O mercado financeiro continuará monitorando de perto os indicadores econômicos e as ações do Banco Central para ajustar suas estratégias e posições.

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