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Alta no PIB e fim dos juros: confira o que pode trazer investidores Internacionais para a B3

Foto/Reprodução GDI
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O mercado global, assim como o interno, também é repleto de competitividade. No entanto, ao invés de serem empresas buscando a atenção dos investidores, as próprias nações entram na jogada para captar o máximo possível de capital.

O Brasil não é diferente, e parece estar vivendo um bom momento para atrair investidores estrangeiros. Entre os elementos desta receita, estão a forte expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, consolidando o resultado do primeiro e a perspectiva de encerramento do ciclo de alta de juro patrocinado pelo Banco Central (BC) há um ano e meio.

O PIB surpreendeu positivamente analistas. O resultado contratou expansão maior que a esperada para o ano e para 2023. E essa evolução tende a alimentar investimentos financeiros para além da taxa de juros que, em termos reais, é a mais alta do mundo.

“O ambiente é muito favorável para o mercado de capitais. A minha suspeita é que o psicológico do ‘fla-flu’ político (às vésperas da eleição) levou a uma visão muito agravada e pouco realista do cenário econômico, mas os fatos são persistentes. Podem e vão atrair mais estrangeiros para investimentos no Brasil”.

Diz Walter Maciel, CEO da AZ Quest, ao NeoFeed.

Afinado com Maciel, o economista-chefe da BlueLine Management, Fábio Akira, avalia que os estrangeiros estão mal ou pouco posicionados em Brasil desde a perda do ‘grau de investimento’, em setembro de 2015, e do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016.

“De lá para cá, os investidores estrangeiros não tiveram tempo para colocar fichas no Brasil. Isso não quer dizer que agora vão colocar (ante o fôlego maior da economia), mas a baixa alocação faz diferença e os dados recentes ajudam a tomar decisões”, avalia.

Akira já tem visto casas estrangeiras mudando a percepção sobre o Brasil pela combinação de expectativa de fim do ciclo de aperto monetário e melhora da atividade.

O economista entende que o processo eleitoral é uma grande interrogação. “E talvez haja um exagero em acreditar que, não importa quem vença a eleição, haverá um rali de ativos no Brasil.” Akira pondera que fatores de curto prazo ajudam a montar uma narrativa mais positiva sobre o País. “Mas são de curto prazo. A performance melhor da atividade poderá até se repetir no segundo semestre. O aperto monetário pode terminar, mas com uma inflação que ainda não caiu para a meta”, diz.

“E o desempenho econômico ainda será testado em um ambiente global de menor liquidez.” Ele lembra que o País está em meio à discussão de um processo eleitoral com pouca visibilidade da agenda econômica do próximo governo, seja ele qual for. “Estamos discutindo a continuidade do Auxílio Brasil de R$ 600 e não qual será a agenda prioritária. E poderemos ter um choque de realidade após a eleição“, observa.

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