O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira (8) um corte de 0,25 ponto percentual em suas três principais taxas de juros, sinalizando uma tentativa de aliviar as condições financeiras em meio a uma inflação ainda elevada, porém em desaceleração. A taxa de depósito foi reduzida para 2,75% ao ano, enquanto as taxas de refinanciamento e empréstimo caíram para 2,90% e 3,15%, respectivamente.
Em comunicado, a autoridade monetária destacou que o processo de desinflação na zona do euro está “bem encaminhado”, com a inflação evoluindo conforme as projeções.
“A inflação deve retornar à meta de médio prazo de 2% do Conselho do BCE no decorrer deste ano”.
afirmou o BCE.
Apesar do otimismo, a instituição reconheceu que a inflação doméstica permanece alta, impulsionada principalmente por ajustes salariais e de preços em setores específicos, que ainda refletem os impactos da alta inflação anterior.
O BCE destacou que o crescimento dos salários está moderando conforme o esperado, e os lucros das empresas têm amortecido parcialmente os efeitos inflacionários. No entanto, as condições de financiamento continuam apertadas devido à política monetária restritiva adotada nos últimos anos.
“A economia ainda enfrenta desafios, mas o aumento da renda real e o gradual desaparecimento dos efeitos da política monetária restritiva devem apoiar uma retomada da demanda ao longo do tempo”.
afirmou o banco.
A decisão do BCE ocorre em um momento delicado para a economia da zona do euro, que enfrenta pressões tanto internas quanto externas. A instituição reiterou que manterá uma abordagem cautelosa e dependente de dados, sem comprometer-se com uma trajetória específica para as taxas de juros. “O Conselho do BCE não está se comprometendo previamente com uma trajetória de taxa específica”, ressaltou o comunicado.
Analistas avaliam que a medida reflete um equilíbrio entre o combate à inflação e o estímulo ao crescimento econômico. A redução das taxas pode aliviar o custo do crédito para empresas e consumidores, mas o BCE alertou que está pronto para ajustar seus instrumentos conforme necessário para garantir a estabilidade de preços. A próxima reunião do Conselho do BCE, prevista para julho, será crucial para avaliar os impactos da decisão e definir os próximos passos da política monetária.