Polêmica e críticas

Apoiadores de Trump que atacaram o Capitólio começam a ser libertados após perdão

Após posse, presidente recém-empossado libera presos do ataque, gerando críticas intensas de parlamentares e reafirmando seu uso agressivo.

Apoiadores de Trump que atacaram o Capitólio começam a ser libertados após perdão
  • Apoiadores de Trump que invadiram o Capitólio em 2021 começam a ser libertados após um perdão presidencial concedido pelo ex-presidente
  • O perdão gerou indignação entre parlamentares, especialmente entre os que estavam em risco durante o ataque de 6 de janeiro
  • O perdão é uma das várias ordens executivas assinadas por Trump após sua posse, incluindo medidas contra imigração e energia renovável.

Nesta terça-feira (21), apoiadores de Donald Trump, que participaram do ataque ao Capitólio dos Estados Unidos em 2021, começaram a deixar a prisão após um perdão abrangente concedido pelo presidente.

A medida, que libera cerca de 1.500 réus, foi emitida logo após a cerimônia de posse. Causando, assim, indignação em muitos membros do Congresso, especialmente entre os parlamentares que estiveram em perigo durante o ataque.

A atitude de Trump, acompanhado de uma série de outras ordens executivas, indicou que ele pretende fazer uso agressivo de seus poderes presidenciais para implementar sua agenda política.

O perdão e a reação no Congresso

O perdão concedido por Trump abrangeu uma série de réus, incluindo líderes das organizações extremistas Proud Boys e Oath Keepers. Estes, portanto, que foram condenados por conspiração sediciosa, uma acusação grave relacionada à tentativa de derrubar o governo dos EUA.

Essas organizações desempenharam um papel central no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando milhares de apoiadores de Trump invadiram o prédio para tentar impedir a certificação da vitória de Joe Biden nas eleições de 2020. A violência resultante do ataque deixou cerca de 140 policiais feridos e causou a morte de quatro pessoas.

O perdão gerou uma reação de forte indignação entre membros do Congresso, especialmente entre os democratas, que estiveram diretamente ameaçados pela invasão.

O líder do Senado, Chuck Schumer, expressou seu desgosto, afirmando que “Donald Trump está inaugurando uma Era de Ouro para pessoas que violam a lei e tentam derrubar o governo”.

Essas declarações, contudo, refletem a preocupação de muitos políticos de que o perdão possa encorajar mais atos de violência e desobediência civil. Além de enfraquecer a confiança no sistema judicial e na democracia americana.

A repercussão política

O ataque ao Capitólio foi um dos eventos mais traumáticos da política americana recente, com implicações profundas para a segurança nacional. Além da estabilidade do sistema democrático dos Estados Unidos.

Trump recusou reconhecer sua derrota nas eleições de 2020, gerando tensão e polarização extrema no país.

O presidente e seus apoiadores tentaram, de forma ilegítima, reverter os resultados da eleição. Assim, ameaçando a transferência pacífica de poder pela primeira vez na história dos EUA.

O ataque foi também um reflexo do apelo de Trump a suas bases, incitando seus seguidores a agirem para “salvar” o país daquilo que consideravam uma fraude eleitoral.

O fato de que muitos dos envolvidos no ataque pertenciam a grupos extremistas, como os Proud Boys e os Oath Keepers, demonstra a radicalização de parte de sua base de apoio. Contudo, que acredita na violência como um meio legítimo de alcançar seus objetivos políticos.

Demais decisões executivas de Trump

Além do perdão, Trump assinou uma série de ordens executivas logo após sua posse, buscando implementar medidas que alinham com suas promessas de campanha.

Entre essas ações, destaca-se o início de uma nova repressão à imigração, o corte de incentivos à energia eólica e aos veículos elétricos, e a autorização para perfuração de petróleo em áreas sensíveis, como o Ártico e zonas offshore.

Trump também iniciou o processo de retirada dos Estados Unidos do Acordo Climático de Paris e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ações que reforçam, portanto, seu compromisso com políticas mais nacionalistas e contra acordos multilaterais.

Embora tenha tomado essas decisões de forma agressiva, Trump não cumpriu imediatamente uma das suas promessas mais polêmicas: a imposição de tarifas sobre o México e o Canadá. Isso foi interpretado por alguns como um recuo tático, possivelmente devido à pressão de aliados comerciais. Ou, ainda, pela complexidade da implementação dessa medida.

Oportunidades de reversão

Apesar de suas ações executivas, algumas ordens de Trump, como a eliminação da cidadania para filhos de estrangeiros, podem ser contestadas no tribunal.

A medida, no entanto, pode enfrentar resistência judicial, considerando que é uma mudança significativa na interpretação da Constituição dos Estados Unidos. Assim, algo que pode ser derrubado por cortes superiores.

O perdão concedido a participantes do ataque ao Capitólio, assim como outras ações de Trump, deixa claro que o presidente continuará a adotar um estilo de governo combativo e polarizador.

A libertação dos réus, especialmente os ligados a grupos extremistas, pode gerar mais tensões no cenário político e social dos Estados Unidos. Enquanto as suas ordens executivas prometem um novo ciclo de confrontos no país.

Suas ações gerarão amplo debate nos próximos meses, enquanto o país enfrenta os desafios de retomar a normalidade política e social após 2021.

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