- Donald Trump se mostrou aberto à ideia de Elon Musk comprar o TikTok, caso o bilionário tenha interesse, após a lei que exige a venda da plataforma por questões de segurança nacional
- O TikTok foi retirado temporariamente dos EUA após lei que exige sua venda ou proibição, devido a preocupações com segurança de dados
- Elon Musk se manifestou contra a proibição do TikTok nos EUA, destacando o desequilíbrio entre o TikTok nos EUA e sua plataforma X na China
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta terça-feira (21), que estaria aberto à ideia de permitir que o bilionário Elon Musk, CEO da Tesla e proprietário da plataforma X, comprasse o TikTok.
A proposta surge em meio à crescente pressão do governo dos EUA para que a plataforma de vídeos curtos, controlada pela empresa chinesa ByteDance, se desfaça de suas operações no país. Ou enfrente, ainda, uma possível proibição por questões de segurança nacional.
A lei que exige a venda do TikTok fez com que a plataforma, com cerca de 170 milhões de usuários nos EUA, fosse temporariamente retirada do ar.
A legislação, sancionada pelo ex-presidente Joe Biden e que entrou em vigor no último domingo, visa proteger dados dos usuários americanos de possíveis influências externas. Especialmente da China, considerando, portanto, o controle da ByteDance sobre a plataforma.
Resposta
Em resposta, Trump assinou um decreto no início da semana, adiando por 75 dias a aplicação da nova lei e buscando mais tempo para analisar as alternativas para a plataforma.
No entanto, na tarde de terça-feira, o TikTok permanecia indisponível para download nos dispositivos Apple e Android nos Estados Unidos. A plataforma corre o risco de ser proibida no mercado americano caso a venda não seja concluída dentro do prazo.
Em entrevista, Trump respondeu positivamente ao ser questionado sobre a possibilidade de Elon Musk adquirir o TikTok.
“Eu estaria, se ele quisesse comprá-lo”, afirmou.
A proposta
O presidente dos EUA revelou ter conversado com os principais donos do TikTok e considerou a proposta de vender a empresa para um investidor privado, com parte dos lucros destinados ao governo dos Estados Unidos.
“O que estou pensando é em dizer para alguém ‘compre e dê metade para os Estados Unidos da América’”, completou.
A sugestão de Trump gerou reações de defensores da liberdade de expressão, que argumentam que a proibição do TikTok contraria os princípios democráticos do país.
O TikTok refutou as acusações de vínculos com o governo chinês, afirmando que os dados dos usuários americanos são armazenados nos EUA, sob gestão da Oracle. E, portanto, que a moderação de conteúdo também é feita no país.
Posição de Elon Musk
Elon Musk, que tem sido um crítico da proibição do TikTok e um defensor da liberdade de expressão, também se manifestou sobre a questão.
Em declarações recentes, Musk afirmou que a situação é “desbalanceada”. Já que o TikTok continua, portanto, operando nos EUA. Mas sua plataforma X enfrenta restrições severas na China.
“Eu tenho sido contra a proibição do TikTok há muito tempo, porque isso vai contra a liberdade de expressão”, declarou o bilionário, acrescentando que a discrepância entre os tratamentos dados a plataformas dos dois países é um problema.
A relação entre os EUA e a China tem sido um ponto de discórdia há anos. E, o embate envolvendo o TikTok é apenas um reflexo dessa tensão.
Embora o governo dos EUA tenha expressado preocupações sobre a segurança dos dados dos usuários norte-americanos, o debate sobre a liberdade de expressão e o impacto econômico da proibição ou venda do TikTok continua a gerar divisões.
O futuro do TikTok nos Estados Unidos, portanto, depende de como as autoridades regulatórias e os interessados, como Musk, lidarão com as questões de segurança nacional. Além da liberdade de expressão e as complexas dinâmicas entre as duas maiores economias do mundo.
O prazo de 75 dias dado por Trump pode ser crucial para determinar o rumo que a plataforma tomará nos próximos meses.