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Após ser a melhor pagadora de dividendos de 2022, Petrobras perde espaço em 2023?

imagem padrao gdi
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Os amantes dos dividendos viveram uma verdadeira lua de mel com as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) durante o ano de 2022.

Em 2022, a empresa que mais pagou dividendos a seus acionistas foi a Petrobras, com o montante total ultrapassando os R$ 214 bilhões, somando ações preferenciais e ordinárias.

Nesta terça-feira, a Petroleira começou a pagar a primeira parcela dos proventos de R$ 43,7 bilhões, referentes ao balanço do terceiro trimestre. O valor equivale a R$ 1,67 por ação.

No entanto, mesmo com a bolada no bolso dos acionistas e com a segunda parcela a receber, de igual valor, agendada para janeiro de 2023, a maior estatal brasileira já vem perdendo as expectativas do mercado em relação aos pagamento de dividendos em 2023.

Corretoras e casas de análise consultadas pelo InfoMoney projetam um dividend yield (taxa retorno em dividendos) para Petrobras de 6% a 22% em 2023 – já precificando possíveis cortes no payout (parcela do lucro líquido destinada a distribuição de proventos). Embora o rendimento não seja baixo, a Petrobras deixou de ser a preferida dos analistas, que já têm potenciais substitutas para o papel.

A estatal foi a maior pagadora de dividendos da B3 em 2022, distribuindo R$ 16,74 por ação, com um dividend yield de 58,84%. Em valores brutos, foi responsável por mais da metade dos proventos pagos pelas companhias listadas na Bolsa – foram R$ 173,415 bilhões distribuídos pela Petrobras até setembro, contra R$ 127,822 bilhões por outras 314 companhias.

No segundo trimestre, chegou a figurar como a maior pagadora de dividendos do mundo, e foi a terceira no terceiro trimestre, segundo ranking da gestora Janus Henderson. É possível que encerre o ano como a segunda maior pagadora global, atrás apenas da BHP (BHPG34).

Petrobras vai deixar de pagar dividendos em 2023?

De acordo com um relatório do JPMorgan, a petroleira pode ter uma queda de 54% na distribuição de dividendos em 2023, na comparação anual.

O head de renda variável da SVN Investimentos, André Luzbel, afirmou que a nova gestão da Petrobras daqui para frente, alinhada com as falas do governo eleito, terá uma política mais voltada ao reinvestimento do capital e não à distribuição aos acionistas.

A eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, trouxe alertas aos acionistas da estatal neste final de ano, com incertezas sobre como será o comando e a gestão da companhia, além da política de preços.

O analista da casa de análises do TC, Arlindo Souza, afirmou que o cenário é incerto, mas após o resultado das eleições presidenciais, o TC Matrix mudou a recomendação de compra para manutenção dos papéis. Isso significa que não é indicado, pelo TC Matrix, comprar os papéis com essas incertezas sobre o destino do fluxo do caixa nos próximos anos.

O head de renda variável da SNV, André Luzbel, destacou que a empresa deve continuar sendo eficiente, mas o foco do caixa será diferente, com um lado social muito mais atuante.

Mesmo com intervenções e mudanças que possam impactar os dividendos recheados da Petrobras no próximo governo, a companhia ainda é obrigada, por lei, a pagar no mínimo 25% de seus lucros aos acionistas.

Ações operam em forte alta nesta Terça

As ações da Petrobras voltaram a figurar entre as principais altas do mercado de ações brasileiro nesta terça-feira, e ajudaram a sustentar a alta do ibovespa nesta tarde.

A alta vai contra a atualização de recomendação de uma das maiores gestoras do mercado, a Goldman Sachs. A equipe de análise da instituição reduziu preço-alvo da Petrobras ON (PETR3), de R$ 34,60 para R$ 29,50, e da Petrobras PN (PETR4), de R$ 31,40 para R$ 26,90, reiterando recomendação neutra.

Além disso, o banco também corta preço-alvo dos ADRS da Petrobras negociados na Nyse, de US$ 13,60 para US$ 11. Segundo comunicado, a atualização incorpora perspectiva de preços do Brent mais baixo no curto prazo.

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