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- ArcelorMittal investirá até R$ 4 bilhões na usina de Serra, focando em aços laminados planos
- O projeto visa transformar laminados a quente em produtos de maior valor, com novas linhas de laminação a frio
- Após suspender projeto em Minas, a empresa busca fortalecer sua posição frente à concorrência do aço chinês e à alta do dólar
Em meio a um cenário de crescente expectativa sobre as medidas do governo federal para conter a entrada de aço chinês no Brasil, a ArcelorMittal, maior produtora de aço do país, anunciou nesta quinta-feira (6), que investirá até R$ 4 bilhões em sua usina de Serra, localizada na Grande Vitória, Espírito Santo.
O investimento é um sinal de continuidade de seus planos de expansão no Brasil. Mesmo apesar dos desafios enfrentados pela companhia no passado recente.
Novo projeto no Espírito Santo
O investimento da ArcelorMittal no Espírito Santo se concentrará em aumentar a produção de aços laminados planos. Esses produtos, utilizados principalmente nos setores automobilístico, de bens eletrodomésticos e de máquinas e equipamentos, têm alto valor agregado.
O projeto será composto por duas novas linhas de laminação de aço, dentro da usina ArcelorMittal Tubarão, que até os anos 2000 era conhecida como Cia. Siderúrgica de Tubarão (CST).
A principal novidade é a instalação de um laminador de tiras de aço a frio (LTF). Além de uma linha de revestimento contínuo, que aplica um revestimento metálico, conferindo maior resistência à corrosão e um acabamento diferenciado ao produto.
Impacto do investimento
A grande vantagem do projeto será o aumento do valor agregado à produção de aço, principalmente ao transformar parte da produção atual. Contudo, feita com laminado a quente, em produtos com maior valor de mercado.
A usina já tem capacidade para produzir até 4 milhões de toneladas de aço a quente, material que é processado e transformado na unidade de São Francisco do Sul (SC), na unidade Vega, onde é feito o aço galvanizado. A nova linha de laminação a frio terá capacidade de 1,5 a 2 milhões de toneladas anuais. Ainda, oferecendo ao mercado um aço de maior qualidade e com aplicações mais amplas.
Além disso, a ArcelorMittal espera que o projeto no Espírito Santo ajude a fortalecer a produção local. E, assim, reduzir a dependência de aço importado, especialmente do aço chinês, que tem dominado o mercado nos últimos anos.
O investimento também marca uma mudança estratégica, já que a companhia havia suspendido recentemente um projeto semelhante em João Monlevade, em Minas Gerais. Portanto, devido a desafios tecnológicos, a alta do dólar e perspectivas de demanda desfavoráveis.
Contexto econômico
O setor siderúrgico brasileiro tem enfrentado dificuldades nos últimos anos, especialmente com a crescente competição do aço chinês, que tem entrado no país a preços baixos, pressionando as fábricas locais.
A ArcelorMittal, que responde por 42% da produção nacional de aço, com um volume de 15,5 milhões de toneladas de material bruto no ano passado, é uma das empresas mais afetadas. No entanto, com o anúncio deste novo investimento, a companhia parece disposta a fortalecer sua posição no mercado. E, assim, agregar mais valor aos seus produtos.
O governo federal, por sua vez, está sob pressão para implementar medidas mais eficazes para proteger a indústria nacional do aço. Especialmente, diante da crescente entrada de aço chinês.
A expectativa é de que novas políticas e regulamentações sejam anunciadas para mitigar o impacto das importações. E, dessa forma, garantir que o setor siderúrgico brasileiro continue competitivo.
O investimento de longo prazo
Este novo investimento da ArcelorMittal no Espírito Santo faz parte de um programa maior da empresa no Brasil. No entanto, que já contempla um plano de R$ 25 bilhões entre os anos de 2022 e 2028.
A companhia, que é a maior produtora de aço do país, tem se empenhado em aumentar sua capacidade de produção e inovação para garantir que continue sendo líder no setor siderúrgico.
O projeto capixaba, que foi aguardado por muitos anos e agora finalmente avança, representa uma aposta no futuro do aço brasileiro. Assim, com foco na diversificação da produção e no aumento da competitividade.
A ArcelorMittal não forneceu detalhes adicionais sobre o cronograma de implementação ou os prazos de conclusão do projeto, mas o fato de o estudo de viabilidade técnica já ter sido concluído. E, dessa forma, o projeto estar em fase de aprovação interna mostra o compromisso da empresa com o fortalecimento da sua presença no Brasil.
Expectativas para o mercado de aço
O foco da ArcelorMittal em agregar valor à produção de aço no Brasil é um movimento estratégico para responder aos desafios do mercado, que, além da concorrência do aço chinês, enfrenta uma alta constante no dólar, o que dificulta a importação de matérias-primas e insumos.
A capacidade de produzir aço com mais valor agregado permitirá que a empresa se distinga no mercado, oferecendo produtos com maior qualidade e aplicações diversificadas, essenciais para a indústria automobilística, de bens de consumo e outros setores.
O investimento no Espírito Santo não apenas reforça a presença da ArcelorMittal no Brasil, mas também contribui para o desenvolvimento da região e a geração de empregos.
A expectativa é que o projeto ajude a fortalecer a indústria nacional e diminuir os impactos da concorrência internacional, ao mesmo tempo em que coloca o Brasil como um player mais competitivo no mercado global de aço.