Banco do Brasil surpreende mercado com lucro de R$ 8,7 bilhões no resultado 3T23

O Banco do Brasil (BBAS3) reportou um lucro líquido ajustado de R$ 8,785 bilhões no terceiro trimestre de 2023, superando as expectativas dos analistas, mas enfrentando desafios com o aumento da inadimplência. Saiba mais sobre os resultados financeiros da instituição e os fatores que influenciaram seu desempenho.

O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou recentemente seus resultados financeiros do terceiro trimestre de 2023, apresentando um lucro líquido ajustado de R$ 8,785 bilhões. Embora tenha superado os números do mesmo período de 2022 em 4,5%, essa cifra ficou ligeiramente abaixo das expectativas médias dos analistas, que previam um lucro de R$ 8,98 bilhões, com base em dados da LSEG. A instituição financeira também registrou uma queda no retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL ou ROE), que ficou em 21,3%, uma diminuição de 0,6 ponto percentual em comparação com o terceiro trimestre de 2022.

Um dos destaques do desempenho do Banco do Brasil foi o notável avanço no segmento de agronegócio, com a carteira atingindo a marca de R$ 339,937 bilhões, representando um aumento significativo de 18,9%. Além disso, as carteiras de pessoa física e empresas também apresentaram crescimento, com incrementos de 7,9% (R$ 304,147 bilhões) e 4,7% (R$ 371,447 bilhões), respectivamente. Esses números refletem a busca por crédito tanto por parte dos consumidores quanto das empresas em um cenário econômico desafiador.

No entanto, esse crescimento da carteira de crédito também foi acompanhado por um aumento na inadimplência e nas provisões para lidar com potenciais calotes. A taxa de inadimplência, que considera atrasos superiores a 90 dias, atingiu 2,81% no terceiro trimestre, um aumento de 0,47 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano anterior. Comparado ao trimestre anterior, houve um leve acréscimo de 0,8 ponto percentual.

O Banco do Brasil atribuiu esse aumento na inadimplência a um efeito extraordinário na carteira de “large corporate,” decorrente de um evento anunciado em janeiro. Embora não tenha mencionado nomes, a instituição estava se referindo à recuperação judicial da Lojas Americanas. No entanto, o banco ressaltou que, excluindo esse evento, a taxa de inadimplência teria sido de 2,63% em setembro de 2023 e 2,65% em junho do mesmo ano. Além disso, todas as operações com esse cliente em particular já foram refletidas no indicador de inadimplência acima de 90 dias e totalmente provisionadas.

Apesar desses desafios relacionados à inadimplência, o Banco do Brasil anunciou a distribuição de proventos aos acionistas. Serão distribuídos R$ 291 milhões em dividendos e R$ 1,958 bilhão sob a forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP), ambos referentes ao terceiro trimestre de 2023. Isso totaliza R$ 2,25 bilhões em proventos para os acionistas. O valor por ação referente aos dividendos é de R$ 0,10198860740, enquanto o JCP é de R$ 0,68622202551. Esses proventos serão pagos em 30 de novembro de 2023, com base na posição acionária registrada em 21 de novembro. As ações serão negociadas “ex” proventos a partir de 22 de novembro.

O Banco do Brasil apresentou resultados sólidos no terceiro trimestre de 2023, com um lucro líquido ajustado de R$ 8,785 bilhões, embora tenha enfrentado desafios com o aumento da inadimplência. O banco continuou a expandir sua carteira de crédito, com destaque para o setor de agronegócio, e recompensou seus acionistas com a distribuição de dividendos e JCP. O cenário econômico ainda apresenta incertezas, mas o Banco do Brasil está focado em enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que surgem no mercado financeiro.