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- Colaboradores do X corrigem declaração de Barroso, esclarecendo que os R$ 132,8 bilhões se referem apenas ao Judiciário, não ao MP e à Defensoria
- A plataforma X adicionou nota explicativa na postagem da GloboNews, destacando o erro na inclusão do MP e Defensoria no valor mencionado
- A correção ocorreu em meio a disputas políticas entre o STF e Elon Musk, após o X ter sido suspenso no Brasil em 2024
Na última segunda-feira (3), durante a abertura do ano judiciário de 2025, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, fez um balanço sobre o custo do Poder Judiciário no Brasil. Assim, mencionando que as despesas do setor haviam alcançado R$ 132,8 bilhões, o que representaria 1,2% do PIB do país.
No entanto, uma correção posterior das Comunidades do X, gerou uma discussão pública sobre a precisão dessa informação.
De acordo com a declaração de Barroso, o montante de R$ 132,8 bilhões incluiria não apenas as despesas do Poder Judiciário, mas também do Ministério Público (MP) e da Defensoria Pública. Porém, colaboradores da plataforma X, por meio do programa Notas da Comunidade, apontaram que a cifra divulgada pelo ministro se referia unicamente às despesas do Poder Judiciário. Ainda, como determinado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no relatório “Justiça em Números 2024”.
Esse dado, referente ao ano de 2023, exclui as despesas com o MP e a Defensoria Pública, como esclarecido na nota corrigida.
Correção da informação
Colaboradores do X acrescentaram a nota à postagem da GloboNews, que reproduzia a declaração de Barroso, corrigindo a informação sobre o custo do Judiciário.
O programa Notas da Comunidade, criado para adicionar contexto e corrigir postagens potencialmente enganosas, permite que os colaboradores da rede social adicionem notas de correção. Assim, as quais são exibidas publicamente caso recebam um número suficiente de votos como úteis.
O relatório “Justiça em Números 2024”, do CNJ, revela que o custo total do Poder Judiciário foi de R$ 132,8 bilhões. Ainda, com a maior parte dos gastos (R$ 119,7 bilhões) direcionada ao pagamento de pessoal, além de R$ 13 bilhões em outras despesas, incluindo capital e despesas correntes.
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O relatório detalha que essa quantia se refere aos tribunais de 1º e 2º graus, turmas recursais e juizados especiais. No entanto, como esclarecido, os valores não contemplam as despesas com o MP e a Defensoria Pública. Que, apesar de estarem relacionados à Justiça, possuem orçamentos separados.
Recursos humanos
O CNJ também fornece detalhes sobre os recursos humanos alocados no setor judiciário, com um total de 229.588 servidores providos e 152.688 auxiliares. Entre as outras despesas, destacam-se os investimentos em tecnologia. Assim, com a área de informática representando 27,9% dos custos extras, totalizando R$ 3,64 bilhões.
A confusão sobre os valores também traz à tona as tensões políticas entre o STF e o bilionário Elon Musk, dono do X. Em 2024, o STF, por meio do ministro Alexandre de Moraes, determinou a suspensão da rede social no Brasil devido ao descumprimento de uma decisão judicial sobre a ausência de um representante legal da empresa no país.
Complexidade do Judiciário
A decisão foi confirmada pela 1ª Turma do STF, gerando críticas do empresário, que acusou o ministro de corrupção e censura. A situação culminou no fechamento do escritório do X no Brasil em agosto de 2024, com a demissão de todos os funcionários locais.
Esse episódio evidencia a complexidade das relações entre o Poder Judiciário e as grandes plataformas digitais. Que enfrentam, no entanto, desafios legais e regulamentações, além de revelar o impacto da desinformação e das correções públicas nas redes sociais.
A correção feita pelas Comunidades do X também destaca a importância do contexto e da precisão das informações compartilhadas. Especialmente, quando envolvem questões fiscais e institucionais de grande relevância para a sociedade brasileira.