Mercado vulnerável

BC vai vender mais dólares no final de 2025, afirma gestor

Para Rogério Xavier, o mercado continua vulnerável, especialmente diante dos desafios fiscais e do comportamento do Congresso Nacional.

banco central mcajr abr 0104222276
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  • Banco Central vendeu US$ 25 bilhões para conter fuga de capital e estabilizar o real
  • Endividamento público e política fiscal continuam sendo desafios para o Brasil
  • Congresso Nacional é apontado como o principal obstáculo para reformas econômicas

Após o Banco Central (BC) vender US$ 25 bilhões para conter uma saída atípica de capital entre dezembro e janeiro, o Brasil “surfou na melhora” dos mercados emergentes.

No entanto, essa tendência pode não durar, alertou Rogério Xavier, sócio-fundador da SPX Capital, durante um evento do BTG Pactual. Para ele, o mercado continua vulnerável, especialmente diante dos desafios fiscais. Além do comportamento do Congresso Nacional.

“O mercado é assim mesmo. O BC vendeu uma quantidade absurda de dólares, mas não está nem perto do que vai vender em dezembro de 2025”, afirmou Rogério Xavier, sócio-fundador da SPX Capital.

“Há uma percepção de que o ‘valuation’ do mercado acionário está barato. Eu, particularmente, não sei de onde vem isso dada a perspectiva que se tem sobre o endividamento público”, completou.

Venda de dólares e impacto no câmbio

O Banco Central, contudo, precisou atuar de forma agressiva para conter a desvalorização do real e garantir estabilidade no mercado de câmbio.

  • Intervenção do BC: A venda de US$ 25 bilhões buscou suprir a forte saída de capital.
  • Reflexos no mercado: O movimento, portanto, contribuiu para a recuperação do real frente ao dólar.
  • Projeções futuras: A expectativa é que novas vendas sejam necessárias, especialmente em 2025, próximo ao ciclo eleitoral.

Inflação e juros elevados no radar

Xavier destacou que o atual patamar da Selic (13,25%, com tendência de alta para 15%) deveria contribuir para a convergência da inflação à meta. No entanto, a trajetória de gastos públicos impede uma queda sustentável.

  • Endividamento público: O Brasil não apresenta superávit primário de forma consistente há uma década.
  • Inflação persistente: Sem ajuste fiscal, a inflação pode continuar elevada.
  • Política monetária limitada: Se não houver controle de gastos, a inflação assumirá o papel de ajuste econômico.

“Eu não vejo assim. A inflação nunca mais cai enquanto o país não encarar definitivamente a questão fiscal”, afirma Xavier.

Congresso e o entrave fiscal

Para o gestor da SPX Capital, o grande problema não é o governo atual, mas sim o Congresso Nacional. As decisões legislativas ampliam os gastos e dificultam medidas de contenção fiscal.

“Não tem jeito, não tem ideologia, Tarcísio, nem Deus para mudar a sanha, a vontade dos políticos de gastarem. Não é Lula que está gastando muito, é o Congresso”.

“O governo manda e o Congresso não vota.”

  • Gastos crescentes: Emendas impositivas e derrubadas de vetos comprometem o ajuste fiscal.
  • Medidas travadas: Propostas como a reoneração da folha de pagamentos e a limitação de supersalários não avançam no Legislativo.
  • Falta de comprometimento: Segundo Xavier, os lobbies em Brasília impedem qualquer mudança estrutural.

“Falta de vergonha na cara. Primeiro, ninguém quer abrir mão de nada, os lobbies que cercam Brasília, cada um tem o seu interesse”.

Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ
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